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sábado, 18 de janeiro de 2020

Jaboticatubas: história, natureza e o candombe do Açude

(Por Arnaldo Silva) Minas tem o privilégio de ter Jaboticatubas como um de seus 853 municípios. Sua arquitetura colonial guarda relíquias dos séculos como a Fazenda do Cipó a 35 km do centro da cidade, com seu casarão e senzalas, sendo que uma funciona como um pequeno museu, relembrando os tempos da Escravidão. A fazenda possui ainda uma capela, datada de 1829, aberta ao público para missas que acontecem em domingos alternados. Outro patrimônio arquitetônico do município é a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição (na foto acima de Alexa Silva). A Matriz, que leva o nome da padroeira do município, foi erguida em 1889 seguindo traços do barroco jesuítico.
          Uma cidade tranquila, pacata, aconchegante, hospitaleira, rica em cultura, tradições, arquitetura e belezas naturais impactantes como o impressionante cânion e as quedas do Rio Jaboticatubas no distrito de São José da Serra e as impactantes cachoeiras da Serra da Contagem e da Serra do Bené, além das piscinas naturais do Rio Bom Jardim. São José da Serra é um dos mais belos distritos mineiros, pitoresco e charmoso, parece um presépio. (fotografia acima de Alexa Silva e abaixo do Barbosa)
          Segundo o IBGE, 20.406 pessoas vivem na cidade, de acordo com o Censo de 2022. O acesso é fácil, via MG 010 e diariamente, saem ônibus da Rodoviária de Belo Horizonte para Jaboticatubas. Distante apenas 63 km de Belo Horizonte, o município faz divisa com Taquaraçu de Minas, Baldim, Itabira, Itambé do Mato Dentro, Pedro Leopoldo, Matozinhos, Santa Luzia, Santana do Riacho, Nova União e Lagoa Santa, apenas 20 km de distância. É um dos mais belos municípios de Minas, abrigando em seu território, 65% da área total do Parque Nacional da Serra do Cipó. 
          As belezas da Serra do Cipó atraem diariamente turistas para a região. Vem em busca de sossego, tranquilidade e descanso. Encontra em Jaboticatubas um cenário perfeito para fugir do estresse do dia a dia das grandes cidades. Até mesmo os que gostam de aventuras, encontram nas serras, cachoeiras e campos rupestres da Serra do Cipó, cenário ideal para o ecoturismo de aventuras. (na foto acima do Barbosa, cachoeira em São José da Serra e abaixo da Alexa Silva, a Cachoeira do Dimas)
          A economia do município gira em torno principalmente do turismo, da produção agropecuária, de pequenos comércios e indústrias como a fábrica de doces Jabolac, tradicional na região. Jaboticatubas possui bons hotéis e pousadas para atender os turistas, além de um comércio variado, com lojas, padarias, lanchonetes, restaurantes com comidas típicas e lojas de artesanatos. 
          Não há uma conclusão exata sobre a origem do nome da cidade. Uma versão diz que o nome vem do Rio Jaboticatubas, que banha a cidade. É um nome de origem indígena, do Tupi 'yabuti-guaba-tyba', significando 'jabuticabal', “comida de cágado” ou “fruto de que se alimenta o jabuti”. Segundo o viajante inglês Richard Burton, jaboticatuba é uma fruta da família da jabuticaba (na foto acima de Arnaldo Silva), mas difere desta por ser mais alto, não dar frutos na parte baixa do tronco, com sua casca ter outro aspecto em relação à jabuticaba que conhecemos. A região seria então, segundo Burton, um lugar de Jaboticatubas. Segundo Leônicas Marques Afonso e Nelson de Sena, historiadores, Jaboticatubas corresponderia a Jaboticabal, já que a jabuticaba tradicional que conhecemos é abundante na região.
          Além dos atrativos naturais e relíquias históricas, Jaboticatubas possui uma riqueza cultural enorme. (na foto acima, de Thelmo Lins, presépio da Dona Nadir, de 81 anos) A cidade preserva a tradição dos presépios, sendo um dos grandes incentivadores dessa tradição, o jovem Luiz Filipe, que incruenta o circuito de presépios da cidade, hoje com 25 residências fazendo parte do circuito e mantendo viva na cidade essa tradição cristã milenar.         
          Juntamente com a tradição dos presépios, tem as Pastorinhas, grupos formados por meninas, moças e senhoras com vestimentas idênticas às pastorinhas portuguesas. (na foto acima de Thelmo Lins) Segundo a tradição, as pastorinhas visitam as casas onde tem presépios e saem pelas ruas da cidade cantando louvores ao Menino Jesus e Nossa Senhora, bem como arrecadando contribuições para o Natal de crianças carentes.
          A Comunidade Quilombo do Açude Cipó, tem origens do final do século XIX, com a chegada de escravos à região. Com a resistência dos fazendeiros locais, ao longo do tempo, houve muita luta e os negros perseveram, na época e também ao longo de décadas, tiveram que lutar para se manterem em seu território e preservarem as tradições culturais e religiosas da comunidade. Com isso, formaram uma comunidade quilombola sólida. A comunidade hoje é reconhecida e tem certificado da Fundação Cultural Palmares, desde 2006.
          São cerca de 60 pessoas que vivem no Açude Cipó, formada por mais de 10 famílias. Vivem como uma grande família. Seus membros trabalham no cultivo da terra e alguns, na cidade. A comunidade preserva sua história e origens, expressadas em sua religiosidade e sua história, preservando as memorias vivas de seu passado, como por exemplo, tambores e tambus. São caixas de percussão, talhadas em madeira bruta, pelos membros da comunidade, no final século XIX e início do século X. Esses instrumentos são guardados com todo o zelo e usados em sua principal festa religiosa, o Candombe.
          É uma das mais antigas e importantes manifestações culturais de Minas Gerais e atrai visitantes à comunidade, nos dias da festa, em honra à Nossa Senhora do Rosário, considerada a mãe do Candombe e também a Nossa Senhora Aparecida, São Benedito e outros santos católicos.
          Candombe é uma cerimônia com origens nas senzalas da região, no final do século XIX. Tem origens na tradição africana, com assimilações da cultura colonial e religiosidade católica. Segundo o dialeto africano quimbundo, significa “sala de reuniões”. É uma dança folclórica e religiosa, uma mistura de fé e alegria e também, em memória ao sofrimento de seus antepassados. Reza, danças rezas e cantoria, ao som dos tambores e tambus. A festa começa de dia e segue a noite toda e atrai muitos turistas à comunidade.
          O Candombe do Açude é uma das mais belas e expressivas manifestações de fé, esperança e cultura de Minas Gerais.
          Grupos de Folia de Reis costumam se encontrar no mês de junho para apresentações no município e outras cidades, é o tradicional Encontro das Folias de Reis. (fotografia acima de Alexa Silva) Além disso, as festas juninas de Jaboticatubas atrai turistas à cidade, devido sua originalidade e tradição.
          Venha conhecer Jaboticatubas! A cidade te receberá de braços abertos!

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