O trem que vai de Minas pra Minas vai devagar, contando coisas do passado e desembrulhando com gentileza o presente. Vai tingindo nossas trilhas com cores esquecidas, vai deixando abrir porteiras que há muito trancamos sem perceber. Vai fazendo a gente estender a prosa e o pensamento, desacelerar, esperar sem pressa o que vai surgir na curva dos trilhos, e gostar do que vê.
Faz a gente menos pergunta e mais descoberta, faz a gente mais observador do que crítico, faz a gente degustar o passar mais lento, e por isso mais profundo da nossa viagem interior. É no interior da gente que mora um trem. Mas a gente se esquece que ele existe e pode ser colocado a qualquer hora em movimento. Esquecemos, porque deixamos de perceber que a vida não é aquilo que está à nossa frente e que perseguimos incansavelmente com o nome de futuro. Esquecemos que a vida é um trem taquaral que pulsa em nós, apitando paisagens, desvendando caminhos a serem sentidos sem pressa, de rosto coladinho com a existência.
Faz a gente menos pergunta e mais descoberta, faz a gente mais observador do que crítico, faz a gente degustar o passar mais lento, e por isso mais profundo da nossa viagem interior. É no interior da gente que mora um trem. Mas a gente se esquece que ele existe e pode ser colocado a qualquer hora em movimento. Esquecemos, porque deixamos de perceber que a vida não é aquilo que está à nossa frente e que perseguimos incansavelmente com o nome de futuro. Esquecemos que a vida é um trem taquaral que pulsa em nós, apitando paisagens, desvendando caminhos a serem sentidos sem pressa, de rosto coladinho com a existência.
A vida é uma viagem na Maria Fumaça. Mas a gente desaprendeu o jeito de passear. Pegamos o trem bala numa trajetória cara e sem garantia. É Maria Fumaça nosso bilhete de travessia. Pois que nem esse trenzinho que vai de Minas pra Minas, a gente vem da gente e volta pra gente mesmo, qualquer dia. Boa viagem
Fotografias ilustrativas de César Reis mostrando a Maria Fumaça em Tiradentes MG
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