Mesmo o todo poderoso Contratador de Diamantes, João Fernandes, não podia burlar as regras impostas pela igreja. Uma dessas regras era clara quanto a entrada de escravos forros ou não dentro dos templos. Pelas normas da Igreja, os negros não podiam ultrapassar o espaço das torres. Ou seja, não podiam passar da porta de entrada das igrejas.
Nessa regra incluía sua mulher, Chica da Silva, negra alforriada. Não podia passar da porta das igrejas.
Essa norma causou desentendimentos entre o Contratador e os membros da Ordem Terceira do Carmo, responsável pelo templo. Esse desentendimento fez com que João Fernandes arcasse sozinho com os custos de construção da Igreja. (na foto abaixo, do Tharlys Fabrício, no fim da rua, a casa de Chica da Silva e João Fernandes em Diamantina)
Como era ele quem estava pagando todo o custo da obra, ordenou aos construtores que a torre principal fosse mudada no projeto original, saindo da frente da igreja, como era normal e sendo construída nos fundos. Esta foi a solução que João Fernandes encontrou para não causar mais atritos com o Clero.
Assim, sua mulher, que para a sociedade da época era amante, pôde frequentar a igreja, com sua corte, sem ferir as leis da Igreja na época. Como a torre fica no fundo e a norma era de que negros não podiam ultrapassar o espaço das torres, ela pôde entrar normalmente dentro da igreja e participar das celebrações religiosas.
Essa atitude do Contratador foi uma das várias provas de amor à sua amada mulher, Chica da Silva, demonstrada publicamente.
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