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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Santuário de Nossa Senhora da Piedade em Fabriciano

 (Por Arnaldo Silva) Coronel Fabriciano, município do Vale do Aço, distante 200 km de Belo Horizonte, conta hoje com cerca de 115 mil habitantes. Faz divisa com os municípios de divisas com Ipatinga, Ferros,  Joanésia, Mesquita, Antônio Dias e Timóteo. Fabriciano se destaca em Minas por sua qualidade de vida e desenvolvimento industrial. A fé de seu povo está presente nas manifestações folclóricas, religiosas e em seus belos templos, se destacando o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, santa padroeira de Minas Gerais, situado no alto do bairro Córrego Alto. (fotografia de Elvira Nascimento) 
          Construído graças aos esforços da comunidade da Paróquia Santo Antônio, liderados pelos padres da Congregação dos Xaverianos, Romeo, Sandro e Camilo, foi inaugurado e consagrado em 1998 por  Dom Lélis Lara, então bispo da Diocese de Itabira-Fabriciano. Até 27 de março de 2011 o Santuário pertencia à Paróquia de Santo Antônio, a partir desta data, passou a pertencer à Paróquia de São Francisco Xavier. 
          A arquitetura do Santuário em Coronel Fabriciano possui duas torres laterais no frontispícios com varandas e piso interno em granito. Sua decoração interior é bem simples, seguindo à risca o estilo contemporâneo, adotado para sua construção. Este estilo arquitetônico utiliza linhas retas, superfície lisas e sem muitos detalhes em sua decoração. É um estilo mais funcional e simples, combinando a praticidade e economia que a sociedade atual necessita.   
          O Santuário de Nossa Senhora da Piedade em Coronel Fabriciano  é hoje uma referência da fé do povo Católico da Região do Vale do Aço. 

terça-feira, 26 de abril de 2016

Conheça a origem e os benefícios da fruta pau-doce

(Por Arnaldo Silva) Nativa do Oriente, especificamente da China, Coréia e Japão, está presente no Brasil desde o século passado, tendo feito parte da infância de muita gente, principalmente em Minas Gerais. Hoje quase não se encontra mais a Hovenia dulcis, o nome cientifico do pau-doce, nome popular da fruta em Minas Gerais. 
          Em outras regiões é conhecida como tripa-de-galinha, macaquinho, pé-de-galinha, chico-magro, uva-do-japão, gomaria, banana-do-japão, bananinha-do-japão,caju-do-japão, caju-japonês, mata-fome, passa-do-japão, passa-japonesa, tripa-de-galinha, uva-da-china, uva-do-japão,uva-paraguaia , amora-do-mato, uva-japonesa e uva-de-macaco. (foto abaixo de Luci Silva em Desterro de Entre Rios MG)  
          É uma espécie de árvore caducifólia ou no popular, caduca, um termo botânico para as plantas que numa determinada estação do ano, perdem as folhas, no caso, o pau-doce. Na fase adulta, pode chegar a 25 metros, com o tronco na cor cinza-escuro e folhagem curta, esbranquiça e ovada. Sua copa é densa, não sendo uma planta adequada para calçadas, mas nas aveninas centrais, praças, parques e quintais rurais são ótimas, sendo uma espécie atrativa a polinizadores, principalmente abelhas. É aina uma árvore excelente para recuperação de matas ciliares, nascentes e lagoas. 
          Além de alimentar os pássaros, atrair polinizadores, alimenta os humanos, já que produz um fruto muito doce e muito saboroso, rico em fibras, carboidratos, aminoácidos, vitamina C e proteínas. Seu fruto lembra pedacinhos de pau, é bem doce, carnudo e com a cor marrom, com polpa branca mais escura. Suas sementes nascem na ponta dos frutos, em pequenas capsulas, como pode perceber nas fotos acima, e se dissemina com facilidade. (fotografia acima de Arnaldo Silva em Ouro Preto MG)
          Pode ser consumido em forma de geleia, salada, compota, doce, suco, como recheio de bolos e pães e da forma mais comum, in natura. 
          Os chineses usam o pau-doce, tanto o fruto, quanto as folhas, há séculos em forma de chá por infusão das folhas, por conter propriedades diuréticas, antipirético, antivirais e anti-inflamatórias, auxiliando no combate asma, problemas no fígado, diarreia e usada ainda para acabar com a ressaca, depois de doses exageradas de bebidas. 

Receita de Licor de Jabuticaba

O licor está presente em Minas Gerais desde os tempos do Brasil Colônia. Um dos licores mais preferidos, desde aqueles tempos, é o licor de jabuticaba, nossa tradicional fruta nativa. Fazer licor de jabuticaba é bem fácil. 
 Veja como fazer o nosso licor:
O passo a passo: 
- Colha as jabuticabas mais vistosas, firmes e bem maduras
- Lave bem com água corrente
- Separe um pote de vidro, bem limpo
Ingredientes
- 1 litro de jabuticabas
- 1 copo de cachaça de Minas
- 500 gramas de açúcar
- 1 litro de água fervendo

Modo de fazer:
- Coloque todas as jabuticabas no vidro.
- Coloque o açúcar por cima das jabuticabas
- Em seguida, despeje a cachaça de Minas.
- Por fim, toda a água fervida
- Espere esfriar para tampar.
- Guarde o pote num lugar escuro e deixe por 30 dias
- Abra o pote uma ou duas vezes por semana para retirar o gás
- Após esse tempo, coe e engarrafe o licor
- Agora é só servir
(Primeira foto do Judson Nani de Barão de Cocais e segunda, de Lourdinha Vieira de Bom Despacho MG)

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Receita tradicional de broinha de fubá de canjica

(Por Arnaldo Silva) Uma das mais antigas quitandas de Minas, a broinha de fubá de canjica era conhecida no século XVIII por "broinha de cuité", isso porque era usada a cuia do cuité para preparar a massa e também uma cuinha de cuité para fazer o molde.
          Isso porque a broinha não pode ser enrolada nas mãos porque poderá ficar quebradiça e esfarelar. O segredo antigo está no cuité.
          Basta uma pequena cuia de cuité molhada. A massa era colocada na cuinha em colheradas. Em seguida, davam uma sacudida, sem colocar as mãos na massa. Quando a broinha estava no formato desejado, já podia ser colocada no tabuleiro.
          Hoje pode-se usar uma xícara de fundo arredondado, caso não encontre as cuinhas de cuité. 
          O ingrediente principal dessa broinha é o fubá de canjica. Esse tipo de fubá é o mesmo milho que se faz o fubá mimoso comum. A diferença é que o fubá de canjica é mais fininho e mais clarinho que o fubá comum. Isso porque  ele é feito do "olho do milho". Pegue um grão de milho e repare que nele tem uma parte branca. É apenas dessa parte branca que é feito o fubá de canjica. A maior parte do milho, a mais amarela, vira fubá mimoso. 
          Essa receita acima é da Dona Geralda de Itabirito MG e o fubá é artesanal, de moinho de pedra de roça, da Mercearia Paraopeba, também em Itabirito MG. Vamos aprender a fazer uma das mais antigas e tradicionais broinhas mineiras. 
INGREDIENTES. 1 quilo gramas fubá de canjica
. 2 copos (americanos) de leite integral
. 1concha de banha de porco ou, se preferir, 1 copo americano de óleo
. 6 ovos caipira
. 2 colheres de açúcar (ou mais, se preferir)
. 1 pitada de sal
. Cuia de cuité para fazer os moldes (opcional
Antes de me perguntarem, não leva fermento em broinha.
MANEIRA DE FAZER
- Bata no liquidificador o leite, óleo, os ovos, o açúcar e o sal.
- Despeje numa numa vasilha, coloque aos poucos o fubá de canjica e comece a amassar
- A massa deverá ficar meio mole, a ponto de desgrudar das mãos.
- Com uma colher, pegue um punhado de massa e coloque na cuia do cuité e chacoalhe até adquirir uma forma arredondada.
- Faça isso uma a uma e coloque as broinhas em uma fôrma untada com manteiga e polvilhada com fubá ou polvilho.
Caso não tenha o cuité, faça os moldes das broinhas em uma xícara de chá.
- Leve ao forno pré-aquecido a 180ºC e deixe assando até que fiquem douradas.
Essa receita está no livro Em Berços de Cuité, de Arnaldo Silva e as fotos foram feitas pela Cidinha F. Carvalho de Lorena SP, baseada na receita do livro.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Os Cânions de Capitólio

(Por Arnaldo Silva) Capitólio MG, na região Sudoeste de Minas, foi presenteada por Furnas,  com um imenso lago de água verde esmeralda. Um lugar de beleza rara e esplêndida, um mar de águas cristalinas, rodeada por paisagens impactantes, com direito a praias, passeios de barcos, escunas, chalanas e mergulhos nas águas do enorme lago que banha 33 cidades mineiras, com 1440 km2. É carinhosamente chamado de Mar de Minas. (foto acima de Pedro Beraldo)
          As águas emolduram e refletem a emolduram a beleza dos cânions, cuja altura vai de 15 a 20 metros. São espetaculares e o visual é de tirar o fôlego. 
          Pelas águas que adentram nas fendas dos cânions nos deparamos com grutas e lindas cachoeiras entre elas a da Lagoa Azul, a mais procurada do município. Essa beleza toda pode ser apreciada de barco, escuna ou chalanas, disponíveis para turistas. Além dos passeios aquáticos, Capitólio tem cenários ideias para a prática de rapel e escaladas. Um dos lugares mais procurados para esportes radicais é a Trilha do Sol, as quedas do  Grito e do Poço Dourado, lugar perfeito para banho e mergulho. (foto acima de Marcelo Santos)
          
Do alto do Morro do Chapéu se tem essa visão acima (foto acima de Marcelo Santos). São 1293 metros de subida, mas compensa pela beleza do visual dos Cânions. Dá para ver até os municípios em redor. Além das belezas naturais, é possível desfrutar de pratos à base de peixe de água doce como traíras e tilápias, nos pontos turísticos do município. A gastronomia de Capitólio é tipicamente mineira e os peixes são preparados com o melhor do tempero de Minas. O frango caipira é um dos pratos muito apreciados, bem como churrasco de peixe. (foto abaixo de Marcelo Santos)
MAIS INFORMAÇÕES SOBRE CAPITÓLIO 
Distância de Belo Horizonte - 283 km - acesso pela MG-050
Atendimento ao turista: R. Dr. Avelino de Queiroz, 789, Centro. Telefone: (37) 3373-1111
Nota: Os cânions ficam no município de São José da Barra, na divisa com Capitólio, onde saem as embarcações para os passeios turísticos. Devido a cidade ser mais conhecida e receber mais turistas, os cânions passaram a ser chamados de "Cânions de Capitólio" e conhecidos por esse nome, mas na verdade, são os Cânions de São José da Barra, já que as fendas estão neste município.Mas o que importa mesmo é que são cânions de Minas Gerais. 

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Conheça a Festa do Café com Biscoito de São Tiago!

(Por Arnaldo Silva) A festa do "Café com Biscoito" acontece sempre no segundo final de semana do mês de setembro na Praça Ministro Gabriel Passos. A festa atrai visitantes de várias partes de Minas e do Brasil, se consolidando como um dos mais importantes eventos gastronômicos de Minas Gerais.
          Tradicionalmente, sempre no segundo final de setembro, a festa começa na sexta-feira com espetáculos musicais, se prolonga pelo sábado com degustações de produtos nos stands, oficinas e atividades culturais, e termina no domingo, com teatros, apresentações artísticas e musicais. (foto acima do @deividson Costa)
          Não se sabe ao certo quando começou a tradição biscoiteira de São Tiago, mas desde 1750 a região tinha a fama de ser a Terra do Café com Biscoito, já que era parada de viajantes e tropeiros e os biscoitos eram os preferidos, dai a fama cresceu desde aqueles tempos. (foto acima de Deividson Costa/@deividsoncosta, a cidade durante a Festa do Café com Biscoito)          
          Desde essa época as receitas foram mantidas, preservadas e muito bem guardadas pelas famílias. A tradição vem de geração em geração. (foto acima do Zezé Barbara, barraca de biscoito)        
          Hoje, essa tradição tem como aliada a tecnologia, mas preservam sua originalidade. Muitos ainda fazem os biscoitos nos fornos de barro, mantendo a tradição. Mas também tem as fábricas, industrializadas, que produzem os biscoitos em série. Mesmo assim, preservam as receitas de família, principalmente a qualidade e o sabor.
          Por isso que desde o século 18, São Tiago se destaca na produção de biscoitos, que é hoje a maior fonte de renda e emprego no município que tem pouco mais de 12 mil habitantes. Fica a 190 km de Belo Horizonte, na região do Campo das Vertentes. São Tiago faz divisa com Oliveira, Bom Sucesso, Resende Costa, Ritápolis, Conceição da Barra de Minas e Nazareno. (foto acima de Deividson Costa, barraca de biscoitos no dia da festa)
          Os produtores de biscoitos de São Tiago, consideram seus biscoitos os tesouros de Minas. A produção não fica só na cidade e região não. Algumas empresas locais vendem seus produtos para várias cidades de Minas e de outros estados do Brasil como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, dentro outros.
          De uma economia familiar, a riqueza, sabor e diversidade que a arte de fazer biscoitos oferece, faz com que a cada dia as empresas locais cresçam e surjam outras. De 3 décadas para cá pôde-se perceber esse crescimento. No início dos anos 1990, a cidade contava com 3 empresas formais, um salão de beleza, um mercado e uma loja de eletrodomésticos.           
           Hoje são dezenas de empresas formais, vários salões de belezas, tem mais mercados e mais lojas de eletrodomésticos. Percebe-se então o rápido crescimento econômico e social do município. O carro-chefe desse crescimento são os biscoitos. Todos os meses são produzidos em São Tiago, toneladas de diferentes tipos de biscoitos, que abastecem os mercados de Minas e de vários outros estados brasileiros. (na foto acima do Deividson Costa, o Forno na Praça)
          Esse crescimento, vale ressaltar, é fruto da preservação da tradição, não se trata de política governamental, vem de gerações passadas, faz parte da vocação da cidade, por isso deu certo. São Tiago é considera hoje um polo produtor de Minas e a Capital do Biscoito no Brasil.          
          Como a economia da cidade gira em torno do biscoito, foi criada a Festa do Café com Biscoito, que é uma das mais importantes festas gastronômicas de Minas Gerais, fazendo parte do Calendário Gastronômico do Estado.
          Vale lembrar que o evento acontece sempre no segundo final de semana do mês de setembro, na Praça Ministro Gabriel Passos com mostras de todos os biscoitos produzidos na cidade, forno de barro, degustação e comidas típicas de Minas, além da cachaça mineira. A festa é imperdível e tem shows também com bandas locais e regionais. (na foto acima do Deividson Costa, uma cozinha em São Tiago MG)
          A cidade é pequena para receber o grande número de visitantes que comparecem à festa, mas tem as cidades vizinhas com boas hospedagens e São João Del Rei, que também fica próximo, na divisa com Ritápolis.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Pão de queijo surgiu na serra mineira por necessidade

(Por Arnaldo Silva) Acredita-se que o pão de queijo tenha surgido na primeira metade do século 18, na época do auge do ciclo do ouro em Minas. Todos os dias chegavam em nossas terras bandeirantes, portugueses e tantas outras pessoas em busca do ouro. 
          Com esse fluxo enorme de gente, a necessidade de comida era grande em um país recém colonizado, com poucas opções alimentares. As dificuldades de trazer ingredientes, como trigo da Europa, eram grandes porque demoravam muito, vinham de navios em viagens que levavam meses e os ingredientes se perdiam pelo caminho. 
          Assim, pela necessidade, foram surgindo os nossos nossos pratos e quitandas especiais. A mais famosa, é o pão de queijo.
          Pesquisadores acreditam que o pão de queijo, que é a maior identidade mineira, tenha surgido em São Roque de Minas, na região da Serra da Canastra, se expandindo para as fazendas do Sul de Minas.
          Segundo o historiador da Universidade Federal de Minas Gerais, José Newton Meneses, em entrevista veiculada no Globo Repórter da Rede Globo em setembro de 2014, a informação é segura:  "As pesquisas foram feitas a partir de listas de compras, encontradas em inventários antigos. É o encontro da substituição do trigo, importado de Portugal, então, muito caro e uma certa produção local de outros produtos. Como o caso do pão de queijo, com os polvilhos da mandioca. O polvilho azedo, o polvilho doce, principalmente”.
     Como não existia trigo no Brasil à época da colonização, ingrediente essencial para se o tão desejado pão que os portugueses sentiam falta, surgiu o nosso pão brasileiro, que não usa trigo, mas sim o polvilho, feito da brasileiríssima mandioca. 
“O pão de queijo não é tecnicamente um pão, não usa nenhum tipo de fermento para produzir o crescimento do pão, então, ele tecnicamente é um biscoito de polvilho, né? Mas, ele adquire um valor tão grande, cultural, na subsistência dessas famílias, que dá-se a ele o nome de pão”, explica o historiador da UFMG.
     Na época os portugueses queriam um pão e foi criado, com o que tinha em nossas terras, o pão de queijo. Pode até não ser aquele pão que os portugueses costumavam comer em Portugal, mas porque foi chamado de pão e levava queijo, foi chamado de Pão de Queijo e nenhum mortal ousaria em mudar o nome da nossa mais importante quitanda.
     Todos nós comemos pão de queijo, se der, todos os dias e nunca enjoamos. Sabe por que? Porque nós mineiros temos um carinho enorme pelo fazemos e além de carinho, tradição passada de geração e amor ao que fazemos. Com amor tudo fica mais gostoso.
Receita do Pão de queijo típico de Minas Gerais 
INGREDIENTES
. 1 kg polvilho azedo
. 1 copo americano de água
. 1 copo americano de óleo
. 500 gramas de queijo Minas, meia cura ralado
. 5 ou 6 ovos
. Leite ou água para amolecer a massa
. Manteiga para untar
. Sal a gosto
MODO DE PREPARO
- Ferver o óleo e a água. 
- Depois de levantar fervura, coloque a mistura da panela na tigela do polvilho, escaldando-o. 
- Após isso, colocar os ovos e sovar a massa com as mãos.
- Acrescentar aos poucos o queijo ralado, o sal a gosto e continuar sovando.
- Amolecer a massa com um pouco de leite ou água, até ficar em ponto de enrolar, no caso, quando já estiver desgrudando das mãos. 
- Untar as mãos com manteiga e fazer bolinhas.
- Coloque os pães numa fôrma untada com manteiga, espalhe um pouco de queijo ralado sobre os pães de queijo na fôrma e leve para assar em forno pré-aquecido a 180ºC até que fiquem dourados

     Essa receita é tão boa que é a única coisa que mineiro não come quieto. Fala pra todo mundo e tem prazer em dizer que está comendo pão de queijo. E com muito orgulho!
     Por que? Porque é bom demais da conta uai!

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Fubá Suado salgado e doce

(Por Arnaldo Silva) Nas casas de Minas, no interior, nossos pais sempre faziam fubá suado. Era uma tradição, uma doce lembrança de um tempo bom, que um simples prato nos causa. Alguns faziam da forma mais simples, outros acrescentavam queijo, carne desfiada, ervas. Doce ou salgado, era sempre bom comer fubá suado no café da manhã, da tarde ou a qualquer hora do dia.
          Eu gosto de Fubá Suado doce usando rapadura e leite queimado. Meu pai sempre preferia o salgado com ovo frito. (como na foto acima da Elvira Nascimento de Ipatinga MG). Às vezes, enriquecia o prato com torresmo, pedacinho de linguiça, alho, cebola e cheiro verde. Fazia sempre pela manhã, antes de ir para o trabalho.
          As vezes usava apenas fubá, sal e gordura de porco porque manteiga era difícil achar. Fazer é fácil. Em uma panela vá colocando água aos poucos e misturando o fubá e tampando para ele suar tendo, o cuidado de mexer sempre para não queimar. Essa é a receita mais simples. Como mais ingredientes, digamos, mais rica, é assim:
INGREDIENTES
. 1 xícara de água
. 2 xícaras de fubá ou farinha de milho
. 1 colher (sopa) de banha de porco
. 2 colheres (sopa) de manteiga
. 1 cebola pequena bem picadinha
. 3 dentes de alho bem amassado
. 1 xícara de torresmo, linguiça ou carne desfiada a seu gosto
. Cheiro verde a gosto
. 1 ou dois ovos fritos.
. Torresmo e linguiça (ou carne desfiada, se preferir) já preparados e cortadinhos
. Sal a gosto
Para fazer é assim gente:
- Em uma tigela, molhe o fubá, despejando devagar a água para umedecer, misturando bem. É apenas para umedecer.
- Em seguida despeje o fubá numa frigideira grossa e deixe no fogo até começar a torrar, mexendo sempre comum  garfo para ficar solto. Desligue e reserve.
- Em outra panela, aqueça a banha e a manteiga, doure a cebola e o alho.
- Em seguida coloque o o torresmo, a linguiça ou a carne desfiada e frite.
- Despeje todo o fubá reservado, acrescente o sal e misture 
- Vá pingando água morna e mexendo bem.
- Tampe agora a panela para que o vapor da água faça o fubá suar.
- Deixe cozinhando aproximadamente uns 8 minutos.
- Agora é só colocar o cheiro verde e servir o fubá suado com o ovo frito. 
Agora a receita do fubá suado doce, como esse da foto do Arnaldo Silva
INGREDIENTES
. 1 xícara de água
. 2 xícaras de fubá 
. 1 colher (sopa) de banha de porco ou óleo comum
. 3 colheres de sopa de manteiga
. 50 gramas de queijo Minas Padrão, picados em cubinhos
. Açúcar ou rapadura ralada a seu gosto. 
MODO DE FAZER
- Em uma tigela, molhe o fubá, despejando a água somente para umedecer e misture bem. 
- Despeje o fubá numa frigideira e comece a torrá-lo, mexendo sem parar com um garfo até ficar bem soltinho. Reserve.
- Aqueça o óleo e a manteiga em uma outra panela, coloque em seguida o queijo, em seguida o fubá reservado.
- Vá pingando um pouco de água morna,  mexendo devagar.
- Tampe para que o vapor da água possa fazer o fubá suar.
- Deixe cozinhando aproximadamente 8 minutos
- Prontinho, agora é só comer. Adoro com café bem quentinho.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Trem Vitória Minas: Horários, passagens e itinerários

(Por Arnaldo Silva) Em funcionamento desde 1907, a Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM) é o único trem de passageiros diário no Brasil. Liga Belo Horizonte a Vitória no Espírito Santo. A Companhia Vale, é a responsável pela concessão da ferrovia.
          O trem transporta por ano, uma média, de 750 mil de passageiros com conforto e segurança. Para quem quer se livrar dos engarrafamentos e das curvas perigosas da BR 262 para curtir as praias capixabas, viajar a negócios ou passear de trem, esse é o melhor meio de transporte.
            O trem não é de turismo, é linha de passageiros normal, mas é muito usado para quem gosta de trem, para quem quer fazer turismo numa das cidades em que o trem passa e para e pelos que gostam das praias do Espírito Santo. (foto acima:Vale/Divulgação)
          Não só por isso, mas os amantes da natureza adoram viajar nesse trem. Além de passar por cidades históricas como as que estão as margens do Rio Piracicaba e Rio Doce, o viajante pode contemplar ao longo da viagem, paisagens deslumbrantes de Minas Gerais e do Espírito Santo.  
          Desde 2014, o antigo trem foi desativado e funciona hoje um novo, importado da Europa com 56 carros sendo 10 na classe executiva e 30 na classe econômica, além do vagão restaurante, lanchonete, gerador e  vagão exclusivo para portadores de necessidades especiais – cadeirante e pessoas com dificuldade de locomoção).
          O trem possui ainda serviço de bordo em todos os ambientes. Tem gente que mesmo viajando precisa ou gosta de estar conectado. (foto acima: Vale/Divulgação)
          O trem tem wi-fi, TV nos vagões, tomada para recarga de celular e as cadeiras tem mesinhas para colocar os notebooks. Há serviço de bordo em todos os ambientes a disposição dos passageiros com café da manhã, almoço e jantar com preço atrativo e cardápio variado.          
          Segundo a Companhia Vale, os vagões do trem passam por inspeções constantes, bem como os trilhos e estações. A viagem e estações são monitoradas por profissionais especializados em Inteligência Artificial (IA), realidade virtual e simuladores. São usados sistemas e equipamentos de última geração e de alto desempenho. Essa tecnologia de ponta faz da Estrada de Ferro Vitória Minas uma das mais seguras e modernas operações ferroviárias do mundo.
Espaço para acolhimento a pessoas neurodivergentes
          Todos os passageiros viajam em assentos regulares durante todo o trajeto da viagem. Em caso de necessidade momentânea, foi criado no Trem Vitória Minas, um espaço dedicado ao acolhimento de pessoas neurodivergentes. Este espaço permite melhor isolamento acústico, além de ser equipado com brinquedos pedagógicos, visando a descompressão, quando houver necessidade de mais tranquilidade.
          São cerca de 13 horas de viagem, num percurso de 664 km sobre trilhos. Mas quem viaja nem se incomoda com esse tempo todo porque a viagem é agradável, com belas paisagens, vistas espetaculares, rios, montanhas, matas nativas que fazem o tempo voar. Além disso tem a segurança. Não há nenhum acidente registrado nesse com esse trem pela Vale, e claro, nenhum engarrafamento. (foto acima: Vale/Divulgação)
Itinerário do Trem Vitória Minas 
          Ao longo do percurso são 30 paradas. Mas são paradas somente embarque e desembarque de passageiros, já que o itinerário é fixo e há horário a ser cumprido.
Saindo de Belo Horizonte
- 664 km é o percurso completo do Trem de Passageiros
- 30 pontos de embarque e desembarque
- 42 municípios atendidos
- 750 mil, em média, passageiros transportados por ano (média histórica)

          São servidos refeições ao longo da viagem. Para saber informações de preços, cardápios e horários das refeições, continue lendo a matéria, poderão ver o o link do site da Vale e o telefone da Estação, onde poderão obter informações direto na empresa já que preços e cardápios podem sofrer alterações. (na foto acima o Vagão Restaurante/Vale/Divulgação). 
Passagens
          A procura pelas passagens do Trem Vitória Minas é grande, principalmente nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e julho.  Aém dos viajantes normais para as cidades de paradas do trem, o público que viaja de trem é muito variado. São grupos de amigos, família, casais de namorados, ou mesmo pessoas que viajam sozinhas, apenas pelo prazer de viajar de trem. Aconselha-se comprar as passagens com antecedência, principalmente no período de carnaval, feriados, férias escolares e festas de fim de ano. (foto acima e abaixo: Vale/Divulgação)
Serviços
Horários
          Todos os dias, dois trens de passageiros circulam pela EFVM: um sai de Cariacica, na Região Metropolitana de Vitória (ES), às 7h e chega em Belo Horizonte (MG), por volta das 20h30. O outro parte da capital mineira às 7h e encerra a viagem às 20h30. 
           A EFVM dispõe de um serviço adicional que faz o percurso entre as cidades de Itabira e Nova Era, ambas em Minas, e faz conexão com os dois trens da linha principal.
Passagem
          A passagem na classe econômica entre Belo Horizonte e Vitória é R$73,00 na Classe Econômica. Na classe executiva, o valor é R$105,00 - valores sujeitos a alterações. (na imagem acima, o banheiro do trem - Vale/Divulgação)
          Caso necessite de informações sobre os valores entre outras estações, já que toda a estrada de ferro conta com 30 terminais, pode consultar os canais de atendimento da Vale, como o Alô Ferrovias (0800-285-7000) e (27 99503-5918), no site da Vale www.vale.com/tremdepassageiros ou pelo aplicativo “Trem de Passageiros”, disponível para Android e IOS. 
          Além disso, pode obter informações presenciais na Estação Ferroviária de Belo Horizonte à rua Aarão Reis, 423, Centro. 
          O bilhete de viagem não é vendido no dia do embarque. Tem que comprar com antecedência. (foto acima do vagão restaurante: Vale/Divulgação)
Venda de passagens online
          Além de poder comprar passagens em mais de 30 pontos ao longo da linha, o passageiro pode adquirir bilhetes pela internet, por meio de cartão de crédito. A compra pode ser feita com até 60 dias antes da data da viagem. (foto acima: Vale/Divulgação)
          Para isso, é preciso entrar no site da Estrada de Ferro Vitória a Minas, o site da Vale. Após fazer a compra online, quando for embarcar o passageiro deverá apresentar o comprovante na estação de embarque para receber o bilhete.
          A Vale sugere adquirir a passagem com ao menos 30 dias úteis de antecedência, inclusive para quem pretende comprar a passagem presencial. A procura é muito grande.
          Para comprar a passagem são necessários apresentação de documento com foto, original ou cópia autenticada de pelo menos um dos documentos da lista abaixo:
- Carteira de Identidade (RG);
- Carteira Nacional de Habilitação (CNH);
- Carteira de Trabalho;
- Carteira de identidade emitida por conselho ou federação profissional, com fotografia (OAB, CREA e outras);
- Cartões de identificação expedidos pelos Poderes Judiciário e Legislativo federal ou estaduais;
- Documento expedido por ministério ou órgão subordinado à Presidência da República.
          O pagamento pode ser feito em dinheiro ou no cartão de crédito, que pode ser parcelado em até 6 vezes.
Idosos, deficientes e crianças pagam?
          A cada viagem do trem, duas passagens são liberadas para idosos com mais de 60 anos, que são direcionados para a classe econômica. Superada a cota gratuita de duas passagens por viagem, os bilhetes serão vendidos pela metade do preço aos idosos maiores de 60 anos.
          A Lei 8.899, que dispõe sobre o passe livre, garante gratuidade às pessoas com deficiência (PcD, gratuidade nos transportes. A viagem de trem é gratuita para este público.
          Crianças de 0 a 11 anos não pagam passagem. O responsável terá que apresentar a certidão de nascimento. As crianças maiores de 12 anos pagam passagem. O responsável deverá apresentar documento oficial da criança com foto. Além disso, deverá apresentar certidão de nascimento se a viagem for com tios e ou avós.
Cancelamento da passagem
          Caso aconteça contratempos e imprevistos que impeçam a viagem, o passageiro deverá entrar em contato com a Vale através do Alô Vale do número 0800 285 7000. A ligação é gratuita. Deficientes auditivos tem atendimento exclusivo pelo telefone 0800 021 9934.
          Segundo a Vale, uma passagem pode cancelada até seis horas antes do embarque, com multa de 5%. Caso o passageiro queira alterar a data da viagem, também pode ser feito. A multa nesse caso é de 20% do valor da passagem, cobrada três horas antes da partida do trem.
Diferença entre o Vagão Econômico e Executivo
(segundo informações do site da Vale)
Classe Econômica
- Poltronas ergonômicas com acionamento mecânico
- Tomadas elétricas individuais nas paredes
- Monitores de vídeo
Classe Executiva
- Poltronas mais largas e reclináveis com acionamento pneumático
- Som e iluminação individuais
- Sistema de som individual com três opções de canais
- Descanso de pés
- Tomadas individuais (foto abaixo:Vale/Divulgação)
 
O que pode e não pode levar na viagem? 
- É proibido fazer uso de bebidas alcoólicas e cigarros. Quem for flagrado com bebidas alcoólicas ou fumando, será retirado do trem na próxima estação.
- Não é permitido levar animais, mesmo os de pequeno porte levados em caixas pequenas, com exceção para cães guias.
- Cada passageiro pode embarcar com no máximo 35 kg de bagagem.
- Os preços das passagens do Trem Vitória/Minas são calculados pela distância entre as estações de embarque e desembarque, de acordo com valores fixados pela ANTT, para vigorar do início ao fim de cada ano.

O mineiro e o trem

(Por Arnaldo Silva) Mineiro tem mania de falar trem. O trem está presente em tudo na vida do mineiro. Não sei como começou isso; mas é bem antigo. Para o dicionário Aurélio, trem significa: Bagagem de um viajante; Mobília de uma casa; Comboio ferroviário; Bateria de cozinha; Treco; Diz de pessoa ou coisa imprestável. O comboio ferroviário recebeu o nome de "Trem," justamente porque transportava os “Trens” das pessoas. Por isso que mineiro nunca perde o "Trem", chega uma hora antes para ajeitar os trem direitinho. (foto abaixo de César Reis, a Estação de Trem de Tiradentes MG
Pra tudo os mineiros usam o trem. Faltou uma palavra, fala trem. Quer ver?
- Já arrumou os trem?
- Colocou os trem no lugar?
- Que trem esquisito sô!
- Larga desse trem sô!
- Mete logo esse trem ai!
- Tô cum trem na barriga.
- Nó, vi um trem voando no céu!
- Que trem é esse que ta aqui.
- Não tinha um trem melhor pra você arrumar não?
- Caiu um trem no meu olho!
- Que trem grande sô!
- Que trem danado de bão uai!
- Eu ainda pego esse trem pra mim!
Se o mineiro quiser comer alguma coisa, já vai logo falando: 

- Esse trem que comi é um trem bão sô!
- Nunca comi um trem tão gostoso como esse!
- Tô cum vontade de cumê um trem.
- Hoje eu como esse trem de qualquer jeito. 
E se a comida faz mal, não titubeia e fala logo: 
- Esse trem que eu comi me deu uma caganeira danada.
- Nó, que trem mais ruim sô!
- Num como esse trem nunca mais sô!
Na hora de mudar os móveis de lugar tem trem também
- Arreda esse trem dai!
- Coloca esse trem pra lá.

E se o mineiro ficar bravo com você se prepara que vai levar um monte de trem, ou pelo menos ouvir....
- Vô tacá um trem nocê!
- Agora cocê pulô no gorguim de vez, aguenta os trem!
- A é? Então vou mostrar um trem procê vê o que é bão pra tosse!
          Esse é o nosso trem. Serve pra tudo. 
          Faltou uma palavra, fala trem. Está com vergonha de dizer alguma palavra, fala trem. 
          Quer algo e não sabe o nome, pede um trem. Quer xingar alguém, fala é um monte de trem. 
          E assim termina essa trenheira toda que eu escrevi para vocês lerem.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Rua do Amendoim em Belo Horizonte

(Por Arnaldo Silva) A Rua do Amendoim é um dos pontos mais visitados de Belo Horizonte porque atrai curiosos do mundo inteiro que vem à capital mineira para conhecê-la, sendo considerada um dos pontos turísticos de Belo Horizonte por um estranho fenômeno que acontece nessa rua.
          Na verdade, essa rua chama-se Professor Otávio Coelho Magalhães, e Amendoim, é o nome antigo. 
          O que chama a atenção nessa rua, que atrai tantos olhares é esta ladeira, onde os carros desligados, ao invés de descer, sobem.
          Quando eu morava em Belo Horizonte, no final dos anos 70 ou início dos anos 80, não me lembro a data, quando este fenômeno foi descoberto, foi um comentário geral. Na época, a Prefeitura resolveu pavimentar as ruas do bairro das Mangabeiras. O operários deixaram as máquinas estacionadas nesta rua no horário de almoço. Começaram a perceber que os tratores e veículos se movimentavam sozinhos e na subida. Foi um susto geral e um bafafá enorme na cidade desde então. 
          Quem já viu esse fenômeno estranha. Quem não viu, não acredita até ver de perto. 
          Todo mês, milhares de turistas vão a essa rua para presenciar o fenômeno. A maioria céticos, mas depois que veem com os próprios olhos, ficam buscando explicações para o ocorrido.
          Explicações há, mas não conclusivas. Por exemplo, a de que o local tem alta concentração de minério de ferro, por isso o magnetismo presente no mineral move os carros. Há quem diga que nessa ladeira tem um enorme ímã formado há milhões de anos e pela atração deste ímã, os carros se movimentam. Tem quem garante ser esse fenômeno uma mera ilusão de ótica. O certo é que nenhuma dessas explicações foram comprovadas até hoje.
          E o fenômeno está lá, desafiando o raciocínio e ceticismo de todos e as explicações que cada um dá ao que vê e presencia
          Na prática, eu mesmo, Arnaldo Silva, pude presenciar esse fenômeno. Acompanhado de dois amigos, um deles físico e que até o local só falava que o fenômeno era ilusão de ótica. Chegamos na rua do Amendoim, paramos o carro e descemos. Marquei com um giz na roda dianteira no local que paramos. Alguns segundos depois o carro começou a se movimentar. Quando parou, medimos com uma fita métrica e foram exatos 3, 23 metros. 
          O meu amigo físico começou a coçar a cabeça e desafiei ele a sentar na rua, a alguma metros à frete do carro e ele ficou lá. O carro começou a andar sozinho para cima dele que logo tratou de levar e sair da frente. Começou foi é a dar umas risadas bem sem graça, tentando se justificar, mas diante do que viu, não conseguiu. Se ele que é físico ficou sem reação ao ver o fenômeno e não conseguiu explicar, eu não que vou tentar explicar, apenas relatar o que vi, presenciei e o que ao longo das décadas, milhares de pessoas presenciaram.
          A propósito, quem diz que o fenômeno é ilusão de ótica, com certeza nunca foi ao local e nunca presenciou o fenômeno, fala pelo achismo mesmo. O certo é que não há ainda uma explicação convincente e oficial sobre o fenômeno, que existe e acontece todos os dias no local. Basta ir lá na Rua do Amendoim e conferir de perto. 
          Em São Tomé das Letras MG, tem uma rua com este mesmo nome e com o mesmo fenômeno, bem como em outras parte do Brasil e em alguns países do mundo também.

sábado, 2 de abril de 2016

Alto do Pico do Itambé, o teto do sertão mineiro.

(Por Arnaldo Silva) Entre os municípios do Serro e Santo Antônio do Itambé, a 2044 metros de altitude, no topo da Serra do Espinhaço, está o Pico do Itambé. 
          Na região, é conhecido como o “Teto do sertão mineiro”, (foto acima de Tiago Geisler) Do alto do pico, uma vista paradisíaca por quilômetros, predomina, principalmente ao nascer do sol, transmitindo uma incrível sensação de estar acima das nuvens. Nos tempos da colônia e chegada dos bandeirantes à região, no século XVI, foi o marco de referência geográfica. A região é de grande importância para o Estado de Minas Gerais pelo fato das cadeias de elevações que circundam o pico, ser uma vertente geográfica, fazendo escoamento de água para as bacias hidrográficas do Rio São Francisco, do Jequitinhonha e do Rio Doce.
          Subir os 2044 metros até o pico é relativamente tranquilo. Dependendo do preparo físico do visitante, o percurso pela trilha dura em média 4 horas.(foto acima de Tiago de Gisler) Tanto no Serro e nos seus distritos de Milho Verde, São Gonçalo das Pedras e Capivari, quanto em Itambé do Mato Dentro, encontra-se guias treinados para orientar e acompanhar os visitantes. Dá para ir e voltar no mesmo dia, saindo bem cedo, embora tenha quem prefira pernoitar no topo do pico, em barracas montadas em grutas, ao lado de pedras ou numa casa existente no alto do pico. Passando a noite no pico, tem-se a oportunidade de contemplar o pôr do sol e levantar bem cedinho e admirar a beleza da alvorada. (foto abaixo de Tiago Geisler
          O acesso ao Pico pode ser feito por Capivari, distrito do Serro ou por Santo Antônio do Itambé. Seja por qual dos dois caminhos escolhidos, para os amantes de aventuras e da natureza, é um passeio  e tanto. São belezas naturais como cachoeiras, vegetação rupestre com uma rica flora se destacando as bromélias, plantas carnívoras, orquídeas e sempre-vivas, só encontradas na Serra do Espinhaço. Além, claro, de estar no topo do "teto do sertão mineiro" e contemplar uma das mais belas vistas de Minas Gerais.

Canjiquinha Mineira

Esse é um dos mais apreciados prato pelos mineiros. Inclusive faz parte da merenda escolar, por ser nutritivo. Além disso, é muito saboroso. Vamos aprender a fazer?
INGREDIENTES
. 500 g de canjiquinha
. 1,5 kg de costelinha ou carne de porco (pernil por exemplo) picados bem pequenos
. 450 g de lingüiça calabresa picada em cubinhos
. 100 g de bacon com pouca gordura
. 2 cebolas grandes picadas
. 4 dentes de alho
. Sal a gosto

. Água o suficiente para cozinhar a canjiquinha
. 3 tabletes de caldo de carne
. Cheiro verde a gosto
. 3 colheres de óleo de soja
. 2 colheres de massa de tomate

MODO DE PREPARO
- Em uma panela frite a carne de porco ou a costelinha já temperados, até ficarem bem dourados (sempre pingando água para não grudar no fundo)
- Em outra panela frite a calabresa picada e o bacon
Reserve
- Em panela coloque a água e a canjiquinha com as 3 colheres de óleo, por cerca de 20 minutos, ou até que esteja bem macia (mexendo enquanto cozinha é o mais indicado para não grudar e não empelotar)
- Misture a costelinha já frita com o bacon, a calabresa, as cebolas picadas, as 2 colheres de massa de tomate e o caldo de carne derretido, e deixe refogar por cerca de 10 minutos
- Adicione a canjiquinha, aos poucos, sempre mexendo bem
Finalize colocando cheiro verde e sirva ainda quente.

Foto e receita por Arnaldo Silva

Tiradentes:a pérola de Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) Tiradentes é acima de tudo uma cidade encantadora, perfeita para você passear por suas ruas, visitar as lojinhas de artesanato, de doces e de outros produtos caseiros, típicos de Minas. (foto acima e abaixo de Matheus Freitas/@m.ffotografia)
          Rica em história e, ao mesmo tempo, aconchegante, a cidade é perfeita para quem quer passar dias tranquilos. As construções dos sobrados, solares e casas térreas tem a arquitetura de várias épocas do Brasil Colônia, com as ruas calçadas com pedras e paralelepípedos, onde é impossível circular com pressa.
          As igrejas da cidade trazem o requinte da arte barroca, como a Matriz Santo Antônio, um dos mais ricos exemplares do barroco brasileiro, com muito ouro e prata decorando seu altar; ou a Nossa Senhora do Rosário, a igreja mais antiga da cidade, com o altar-mor em estilo rococó, folheado a ouro.(foto acima e abaixo de César Reis)
          A Maria Fumaça, que sai de São João Dei Rei, percorrendo 12 km até chegar a Tiradentes é um espetáculo à parte. Um passeio inesquecível. Funciona nas sextas, sábados, domingos e feriados. (na foto abaixo, de César Reis, a Estação de Tiradentes)
Quadro de horários normal
Sexta
São João Del Rei: 10h, 13h e 15h30
Tiradentes: 11h, 14h e 17h
Sábado
São João Del Rei: 10h, 12h, 14h e 16h
Tiradentes: 11h, 13h, 15h e 17h
Domingo
São João Del Rei: 10h e 13h
Tiradentes: 11h e 14h

Estudantes, crianças de 6 a 12 anos e adultos com mais 60 anos têm direito à meia entrada. Crianças até 05 anos no colo não pagam

sexta-feira, 1 de abril de 2016

A vila colonial de Lavras Novas e a Mega Tirolesa

(Por Arnaldo Silva) Lugar tranquilo, cheio de charme, com ruas calçadas em pedras, paisagens deslumbrantes, arquitetura colonial, povo simples, artesanato rico. Esse lugar pitoresco é Lavras Novas, um dos mais atraentes distritos de Ouro Preto MG, cidade Patrimônio Cultural da Humanidade, distante 117 km de Belo Horizonte. Lavras Novas fica a 17 km de Ouro Preto. (fotografia acima de Arnaldo Silva/@arnaldosilva_oficial)
          Lavras Novas é uma vila tipicamente mineira. Seu povo é simples, seu casario charmoso. Lugar calmo, onde os animais andam livres pelas ruas. 
          Não apenas cães e gatos, mas cavalos, bois e vacas. Os animais nas ruas não incomodam, ao contrário, são bem tratados e são típicos de Lavras Novas, atrativos até.
          Dificilmente alguém não para fotografar os animais deitados nas gramas ou andando livremente pelas ruas e pastando, já que as calçadas são quase todas gramadas. (fotografia acima de Vinícius Barnabé/@vinicusbarnabe)
 
          Na Vila, vivem cerca de 1500 pessoas e é comum ver animais como vacas, bois e cavalos, passeando tranquilamente pela ruas da vila, como podem ver na foto acima do César Rocha.
          Em fins de semana e principalmente em dias de festas, eventos religiosos como a Folia de Reis, Semana Santa, Festas Juninas, a Festa de Nossa Senhora dos Prazeres e do Divino em setembro, esse número sextuplica. As belezas e tradições de Lavras Novas atraem turistas de toda Minas Gerais, do Brasil e do mundo também. (na imagem acima do Antônio Carlos/@casaaurelioartes)
A origem de Lavras Novas

          A história da vila começa a partir do início do século XVIII, quando da descoberta de lavras novas de ouro na região, pela família Cubas de Mendonça. A partir do século XIX, o vilarejo começou a crescer, com a chegada de novas famílias que ao longo de 2 séculos, deram forma arquitetônica e cultural à vila. (na foto acima de John Brandão/@fotografo_aventureiro, a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres)
           No século XX, o artesanato se solidifica umas das principais vocações dos moradores da vila. Os primeiros artesãos de Lavras Novas se dedicavam a produzir e vender cestas e balaios de taquara, uma espécie de gramínea com caule oco, típico da região. Hoje o artesanato local é bem variado e riquíssimo. (na foto acima, de César Rocha, loja de artesanato em Lavras Novas)
          Na década de 1970, o distrito passou a ter energia elétrica, o que facilitou a vida dos moradores, bem como investimentos na melhora da infraestrutura da vila, da valorização das riquezas naturais da região na promoção da história e cultura local. A partir da década de 1990 a charmosa vila foi “descoberta” pelos turistas de Minas e de todo o Brasil. (na foto acima do John Brandão/@fotografo_aventureiro, um charmoso restaurante na Vila)
Atrações turísticas de Lavras Novas
          Hoje, Lavras Novas é um dos destinos mineiros mais procurados por turistas. Quem busca aventuras, esportes radicais, cachoeiras, trilhas, passeios e descanso, Lavras Novas é o lugar ideal. (fotografia acima de John Brandão/@fotografo_aventureiro)
          Os moradores antigos, desde o século 19, deixaram um rico patrimônio histórico, cultural, vocação para o artesanato e na preservação de suas belezas naturais como formações rochosas, serras, matas, nascentes, mirantes, nascentes, represa como a do Custódio e belíssimas cachoeiras com destaque para as cachoeiras do Falcão, que fica no subdistrito da Chapada, do Pocinho, dos Três Pingos, do Cibrão, dos Namorados 
e a Cachoeira do Rapel, com suas três quedas d´água (na foto acima do Antônio Carlos/@casaaurelioartes e na foto abaixo a Casa Aurélio Artes/@casaaurelioartes. É um charmoso ateliê, com artesanato local e ainda, um café, onde os visitantes podem saborear as quitandas locais e tomar aquele cafezinho feito na hora).
          Belezas essas muito procuradas para prática de esportes radicais ou mesmo contato pleno com a natureza. O visitante encontra em Lavras Novas uma boa estrutura de hospedagem e gastronomia, além de guias e veículos próprios para esportes de aventuras ou mesmo acompanhamento a pé ou a cavalo, para que possa aproveitar com segurança suas belezas naturais.
A estrada para Lavras Novas
          O acesso à Lavras Novas, até proximidades do subdistrito de Chapada de Ouro Preto, é asfaltado (na foto acima de John Brandão/@fotografo_aventureiro). Pela na estrada, o visitante tem o privilégio de poder desfrutar de belíssimas paisagens naturais pelo caminho.
          A partir do subdistrito da Chapada, a estrada é de terra revestida com calçamento intertravado (pequenos bloquetes espaçados). A foto acima, de minha autoria, mostra o lugar conhecido como 'Pedra do Equilíbrio', em das mais belas partes do trecho. A estrada hoje encontra-se em bom estado, conservada, calçada e segura para uso.
          Por ser uma área de preservação ambiental, com nascentes, matas nativas e formações rochosas em seu percurso, essa parte não pode receber asfalto.
          De Lavras Novas à Ouro Preto tem ônibus de segunda à sexta-feira, exceto sábado, domingo e feriado. Sai às 6 da manhã de Lavras Novas e retorna de Ouro Preto às 17hs. (na fotografia acima de autoria de Antônio Carlos/@casaaurelioartes)
          A linha era operada pela Transcotta, atualmente é operada pela empresa Rota Real. Devido a fatores adversos, como reformas na via ou outras situações, os horários e dias de circulação da linha podem sofrer alterações. Informações sobre horários de saída e retorno, devem ser obtidas na Rodoviária de Ouro Preto.
Uma volta ao passado
          A sensação de estar em Lavras Novas é de estar voltando aos tempos antigos, da simplicidade, da comida em fogão a lenha, da harmonia e alegria do povo, da cultura, do artesanato. Uma gostosa sensação de volta ao passado. (fotografia acima de Arnaldo Silva/@arnaldosilva_oficial)
A tirolesa mais alta do Brasil 
          A 1500 metros de altitude, acima do nível do mar, na Serrinha de Lavras Novas, está a mais alta tirolesa do Brasil. Inaugurada em 2020, vem atraindo cada dia mais, amantes de esportes radicais e pessoas de de todas as idades, que curtem a liberdade e a alegria de estar em contato mais próximo à natureza. (foto acima do Antônio Carlos/@casaaurelioartes)      
           A velocidade da descida é tanta, que além de todos os equipamentos de segurança necessários como mosquetões, roldanas, capacete e cadeirinha, um paraquedas é usado para reduzir a velocidade. (na foto acima enviada pela @megatirolesalavrasnovas)
          A tirolesa foi construída e é administrada pela Agência Céu Turismo. Suporta até 120 kg e para seu uso, é cobrada uma taxa. Menores de 18 anos tem que ter a permissão dos pais ou responsável para usar a tirolesa. Já gestantes, pessoas cardíacas e com problemas relacionados à altura e velocidade, não devem usar a tirolesa.

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