A partir dessa época sentiram a necessidade de ter alimentos que durassem por muito tempo sempre disponíveis. A única gordura que usavam naqueles tempos era a de porco e já era de conhecimento que a banha do porco não perecia rapidamente e ainda conservava o que era misturado a ela. Foi até por acidente que descobriram isso.
Fritaram muita carne de porco num enorme caldeirão. Como não comeram toda carne, tamparam e deixaram. Perceberam que a gordura tinha ficado grossa e a carne no seu interior ficava normal, sem perecer. Assim surgiu essa técnica. Durava em média dois meses no caldeirão.
Numa terra recém descoberta, sendo desbravada, não existia utensílios para o cozimento. Tudo vinha de Portugal, como os caldeirões e talheres, quando não se encontrava talheres, usavam colheres feitas com cavacos de madeira, cabaça e cuité. As tropas, em suas viagens, levavam a carne no caldeirão mesmo.
Essa técnica se difundiu pelo restante do país pelos próprios bandeirantes e tropeiros que saiam pelos rincões de nossas terras desbravando nossos sertões. A forma de armazenar comida e prepará-las foram introduzidas por eles em outras regiões, hoje, outros estados.
No século XIX começou a se desenvolver a siderurgia e assim começaram a fazer vasilhames e latas de metal. Por serem leves, já que os caldeirões eram pesados, as latas começaram a ser usada no armazenamento das carnes. Como a carne era colocada dentro da lata, virou "carne de lata". Na verdade era carne armazenada na lata ou carne na lata. Falamos carne de lata mas o correto mesmo é carne na lata, já que a carne é de porco, não de lata.
A carne na lata era tão popular que é considerada uma das identidades de Minas Gerais. Uma iguaria do interior mineiro..
Essa técnica durou até o surgimento da energia elétrica e com a invenção e popularização das geladeiras, que com o passar do tempo, passou a estar presente em todas as casas. Até a década de 1980 ainda era muito popular no interior de Minas.
Mas hoje está acontecendo algo diferente. As tradições antigas estão sendo mais valorizadas e receitas quase que esquecidas como bolo de fubá assado na brasa, requeijão da roça, a carne na lata, dentre outras receitas tradicionais de Minas, estão ressurgindo, ganhando vida nas mãos das nossas cozinheiras. Cada dia mais a carne na lata vem sendo procurada. Quer fazer?
Mas como é preparada a carne na lata?
A forma tradicional é mais demorada. Leva uns 10 dias. Primeiro tem a matança do porco, depois tem que limpar e desossar a carne, separando a carne de osso, o lombo, o pernil, etc.
A carne na lata era tão popular que é considerada uma das identidades de Minas Gerais. Uma iguaria do interior mineiro..
Mas hoje está acontecendo algo diferente. As tradições antigas estão sendo mais valorizadas e receitas quase que esquecidas como bolo de fubá assado na brasa, requeijão da roça, a carne na lata, dentre outras receitas tradicionais de Minas, estão ressurgindo, ganhando vida nas mãos das nossas cozinheiras. Cada dia mais a carne na lata vem sendo procurada. Quer fazer?
Mas como é preparada a carne na lata?
A forma tradicional é mais demorada. Leva uns 10 dias. Primeiro tem a matança do porco, depois tem que limpar e desossar a carne, separando a carne de osso, o lombo, o pernil, etc.
A gordura do animal é retirada e levada ao fogo até derreter toda. A partir de então já, é a banha propriamente dita.
Depois de picada e temperada, a carne é frita por 3 horas na banha, em fogão à lenha. Esse é o tempo para retirar toda a água que fica na carne. Ela ficará sequinha. Depois é só esperar esfriar e colocar a carne num caldeirão ou numa lata de preferência. Armazene num local fresco. Sempre quando quiser comer carne, só retirar e colocar numa panela e aquecer.
Quem já experimentou a carne na lata sabe que o sabor é outro, sem igual, totalmente diferente, gostoso e único.
Quem já experimentou a carne na lata sabe que o sabor é outro, sem igual, totalmente diferente, gostoso e único.
Como fazer carne na lata morando na cidade?
- Você que mora na cidade e gosta da carne na lata, pode fazer em casa também. Não precisa matar um porco, pode comprar 1 kg de carne de porco no açougue e 1 kg de barriga de porco.
- Frite a barriga de porco e retire o torresmo. Reserve a banha.
- Corte a carne e tempere a seu gosto.
- Você que mora na cidade e gosta da carne na lata, pode fazer em casa também. Não precisa matar um porco, pode comprar 1 kg de carne de porco no açougue e 1 kg de barriga de porco.
- Frite a barriga de porco e retire o torresmo. Reserve a banha.
- Corte a carne e tempere a seu gosto.
- Deixe essa carne descansando por umas 3 horas.
- Depois desse tempo, coloque a banha no fogo, em seguida a carne e frite até que fique bem cozida mesmo.
- Espere esfriar e coloque numa lata e armazene num local seco e arejado, com a carne totalmente submersa na banha.
Está prontinha sua carne na lata e conservada na banha, dura por mais ou menos 2 meses.
As fotos que ilustram a matéria são de autoria de Arnaldo Quintão de Itabira MG
Está prontinha sua carne na lata e conservada na banha, dura por mais ou menos 2 meses.
- CONVIDAR AMIGOS PRÁ COMER MINHA CARNE DE LATA ? NEM PENSAR VELHÃO , AINDA MAIS COM O PREÇO DA CARNE NAS ALTURAS !
ResponderExcluirminha mãe fazia, é incomparável, mas fazer na roça, com todo o clima rural, no fogão a lenha, matando o porco no mesmo local...
ExcluirGente!Eu é muita coincidência eu estava me lembrando hoje dessa carne que eu comia na casa da minha avó quando criança, e pensei em procurar na net pra ver como fazer, e quando abro meu facebook está lá a receita!!! Muito obrigado!!! Por dividir com a gente essa maravilhosa receita! Ah lembro que minha avó conservava na gordura também carne Bovina. Delicia!!
ResponderExcluirE lembro da panela de pedra no canto do fogão a lenha com carne de boi. Sempre havia assim na casa de minha avó. Até hoje tenho aquele cheiro gostoso. E quanta lembrança boa.
ResponderExcluiraos 80 anos ainda me lembro disso...vovo matava os porcos e minha mãe cosinhava e punha na banha..o gostozura....
ResponderExcluirUma delícia,! Comia quando criança na casa dos meus avós paternos. Todo ano passava as féria la em Abaiba MG
ResponderExcluirqual será o preço desta lata ai da foto
ResponderExcluirAna Lucia, ligue para o telefone indicado no final, é zap. Quem faz te responderá.
ExcluirMinha avó fazia, ensinou minha mãe que passou para mim. Só uma ressalva. O tempero tem que ser seco, ou seja, sal e pimenta do reino. Hj temos a opção de colocar tempero em pó seco, mas não é aconselhável por exemplo, usar alho, cebola e etc. A carne embolóra, fica com gosto de "ranço".
ResponderExcluirE não é só a carne de porco. Uma alcatra na gordura é algo divino.
ResponderExcluirDe Divinópolis se encontra até pela internet a dz marca Xavante...é excelente
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