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terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Não chorem por mim, montanhas do Líbano

(Por Francisca Fonseca*) O Líbano é um pequeno país de apenas 10.400km² na costa mediterrânea da Ásia. No litoral, numerosos portos se abrindo para o mundo numa intensa atividade comercial herdada pelos fenícios, antigos habitantes da região. No interior, nas montanhas, as oliveiras, as vinhas, as estradas ladeadas de macieiras, o pastoreio das cabras e as águas cristalinas. 
Fotografia recente de André Saliya das montanhas do Líbano num dia inverno rigososo.
         Da região litorânea próxima de Beirute vieram para Bom Despacho, os Seman, que eram maronitas (católicos): Antônio Turco, Chico Turco, Pedro Turco e Joana Turca, com o marido Filipe. E muitos anos depois veio Maria, filha de Joana, que fora deixada ainda bebê com parentes no Líbano.
        De Gharife, no Estado de Chuf, nas montanhas, vieram os Hamdan: Hassen (Alcino), Salim, Seleimen, Nacib, Fued, Farhan, Nawaf e Nabiha. Eram drusos (um ramo da religião muçulmana). À época, segundo cálculo do sr. Salim, a família Hamdan tinha cerca de 150 membros no Brasil, contando os descendentes. Pedro Hamdan, o libanês que viveu anos no Leandro Ferreira, não era da família, adotou o nome em homenagem aos amigos Hamdan.
Bom Despacho MG no primeiro quarto do século XX. Restauração e colorização: Rogério Salgado
        O primeiro libanês a chegar aqui foi Antônio Turco, no último quarto do século passado. Trabalhou inicialmente como mascate e depois se estabeleceu como comerciante em um casarão onde hoje é o Branco do Brasil. Muito alegre e comunicativo, passava o dia sentado com as pernas cruzadas sobre o balcão, conversando. Sua casa, no Jardim Sem Flor, onde morava o Raimundo Cardoso, era um verdadeiro consulado do Líbano, recebendo e ajudando a todo patrício que por aqui aparecia. Pode-se dizer que a presença de Antônio Turco acabou atraindo muitos libaneses para cá. Ele vivia com uma tal de Adelaide e criou vários sobrinhos dela, entre eles, D. Cornélia Borba.
        Depois de Antônio Turco, seus irmãos foram vindos um a um. Chico Turco, que adotou o sobrenome Simão, veio trabalhando como marujo num navio em troca da passagem. Seis meses de viagem. Aqui trabalhou como mascate e comerciante fixo. Se casa com a brasileira Maria Jesuína e teve muitos filhos, entre eles o Juca Turno. O Zico Turco não era libanês, mas brasileiro, casado com dona Mariazinha, filho do Chico Turco e trabalhava no comércio com Juca Turco.
À esquerda o casarão da Familia Hamdan. Restauração e colorização: Rogério Salgado
        Já o primeiro membro da família Hamdan a chegar aqui foi Hassen Abe Hamdan que adotou o nome de Alcino, em 1904, com 20 anos. Se estabeleceu como mascate. Em 1914 se casa com Dona Inhazinha, neta de Dona Chiquinha Soares. Depois abre a casa Síria na esquina da Rua Dr. Miguel Gontijo com rua 1° de Junho, de sociedade com o irmão Salim, onde vendiam de tudo: tecidos, sapatos, aviamentos, instrumentos musicais, ferragens, carne, cereais, toucinho dos porcos que engordava no fundo do quintal. Tinham ainda na loja uma bomba de gasolina e fabricavam colchões.
Á esquerda o Gharife, nome da cidade de origem dos libaneses e à direita, a Casa Síria. Restauração: Rogério Salgado
        Alcino viveu aqui até sua morte, aos 76 anos, deixando 10 filhos: Taufik (morreu em 1983), Alcino, Leda, Léia, Raimundo (Buru), Fauze, Déia, Faissal (Patinho) e Leila.
        Salim Abe Hamdan veio em 1913. Veio buscar o irmão Alcino. Ficou também. Se associa ao irmão na Casa Síria e aqui viveu até 1929 quando se transferiu para Belo Horizonte, à procura de um campo maior para expandir seu comércio. Logo que chegou, construiu um sobrado onde é hoje o prédio ao lado do Banco do Brasil, onde era a Ricardo Eletro e o emprestou para funcionar como Escola Normal onde se matriculou como aluno. Rapidamente aprendeu português.
        Quatro anos após sua chegada, tirou o 2° lugar num concurso de teatro. Fundou com os irmãos o Bom Despacho Futebol Clube, onde por muito tempo jogou no primeiro time. Foi um dos sócios fundadores do Clube Bom Despacho. Em 1931 ,já em Belo Horizonte, se casa com Maria Seman, filha de Joana Turca.
A Casa Síria em 1939. Restauração e colorização: Rogério Salgado
        Quando tinha 87 anos, ainda vivendo com a esposa em Belo Horizonte, Salim afirmava que os anos aqui passados foram os melhores de sua vida. Eram festas, bailes, futebol, teatro, namoradas, aulas de bandolim, o curso na Escola Normal e sobretudo muitos amigos, entre eles o Nicolau Leite.
        Em 1925 chegou Seleimen Abe Hamdan, vindo se ajuntar aos irmãos Salim e Alcino, deixando no Líbano a esposa Nabiha de 17 anos com 2 filhos, Nawaf de 1 ano e 3 meses e Neif de 40 dias. Aqui Seleimen trabalhou como mascate e mais tarde abre o Bar Cruzeiro, na Faustino Teixeira, onde é hoje a Livraria Central. E aqui viveu até 1958, quando morreu.
        Alguns anos depois da chegada de Seleimen, vão chegando seus sobrinhos: Nacib, Fued e Farhan. Ficam pouco tempo por aqui. Farhan se casa com Gessi, irmã do José Pessoa Marra e vai para Nanuque. Fued foi para Nanuque e depois voltou para o Líbano e Nacib logo foi para Belo Horizonte.
        Em 1953 chegaram Nawaf Seleimen Bou Hamdan e a mãe Nabiha Youssef Bou Hamdan, natural da Síria.
        Nawaf nasceu em 1923 em Gharife, no estado de Chuf nas montanhas, a 60 km de Beirute. Com 1 ano e 3 meses foi deixado pelo pai Seleimen, com o irmão Neif, de 40 dias com a mãe Nabiha. Nabiha trabalhava seis meses por ano nas colheitas de azeitonas, nas imensas plantações de oliveira que cobriam as montanhas de Chuf para tirar o sustento de um ano.
        Nawaf foi criado na pobreza, numa casa de um único cômodo, praticamente sem móveis. No chão tapetes com almofadas. À noite os colchões cheio de lã de carneiro estendidos um ao lado do outro.
 Aos 12 anos, a fome rondando sua porta, teve de abandonar a escola e começar a dura tarefa de procurar um emprego para ajudar a mãe no sustento da família. Nos documentos a palavra druso que o discriminava num país onde a legislação deixada pela ocupação francesa privilegiava os maronitas. Não consegue emprego. O recurso foi ir com um primo para a Síria, onde trabalhou como tratorista até os 30 anos, quando vem para o Brasil. Passa seis meses na Síria e seis com a mãe em Gharife. No Líbano não se trabalha no campo por causa da chuva e do inverno.
        O menino Nawaf quando ouvia a palavra pai estremecia. Apesar da dura vida que levava, ele sonhava. Sonhava um dia dizer pai e ter resposta. Do alto das montanhas de Gharife ele avistava o mar Mediterrâneo em Beirute e sonhava atravessar aquele mar e depois atravessar o Oceano Atlântico para se encontrar com o pai no Brasil.
        O menino Nawaf cresceu e o sonho cresceu junto. Em 1953, já com 30 anos e noivo, não aguenta mais a saudade do pai. Escreve-lhe uma carta abrindo seu coração. Recebeu resposta inusitada do pai. E
 logo a seguir três passagens para o Brasil. O irmão Neif já casado não quis vir. Nawaf veio com a mãe. No aeroporto do Rio de Janeiro a emoção do reencontro com o pai que também emocionado se atrapalha e lhe dirige a palavra em português.
        Aqui em Bom Despacho Nawaf trabalhou 5 anos com o pai no Bar Cruzeiro. Os primeiros meses foram muito difíceis, apesar da alegria de estar junto com o pai. Não estranhou o clima e nem teve problemas com a alimentação, mas teve uma dificuldade imensa com a língua. Se angustiava por não entender nada que as pessoas diziam e nem por não saber falar com estas pessoas. E sofria muito com a saudade do único irmão deixado no Líbano. Três meses após sua chegada, resolve voltar para o Líbano.
        Quando os papéis ficam prontos sete meses depois, não consegue mais voltar. Arranjara uma namorada, a professora Dona Zeni que pacientemente lhe ensinava a falar e a escrever o português. Fica. Ele e Zeni se casam. No filho mais velho a tradição libanesa do nome do pai: Seleimen Nawaf Hamdan. Nos outros filhos os nomes libaneses: Samir Hamdan, Semi Hamdan, Samira Hamdan.
À esquerda, no sobrado branco funcionava a antiga Escola Normal. Restauração: Rogério Salgado
        Com a morte do pai em 1958, fechou o bar e continuou só com a loja que abrira onde fora a Farmácia do Favuca, mais tarde transferida para o sobrado da Escola Normal que alugou do tio Salim. A Escola Normal ficava ao lado do prédio onde existia a Ricardo Eletro.
        A mãe viveu em sua companhia até a morte em 1975, aos 67 anos, sem nunca ter aprendido a falar o português. Mas adorava o Brasil. Nunca quis voltar para o Líbano. Morreu sem ver o filho Neif.
        Viver no Líbano para Nawaf significava passar fome. Ele nunca se esqueceu da dura vida que levou lá. E aqui na sua mesa tinha sempre os pratos libaneses, como o iogurte, a lentilha, o feijão-branco com rabada, o grão-de-bico, o óleo de gergelim, galinha cheia de arroz, charuto de repolho e outros.
        Já idoso, Nawaf continuava com seu coração dividido entre o Brasil e o Líbano onde vivia o irmão Neif que há mais de
 30 anos não via. Acompanhava apreensivo a guerra civil que destruiu o Líbano, uma guerra que se propôs pôr fim aos privilégios políticos dos maronitas que sempre escolheram o presidente da República, segundo a legislação do país.
        Mesmo décadas após deixar o Líbano, Nawaf ainda sonha. Sonha voltar ao Líbano para rever o irmão. Voltar a passeio, por que o Brasil passou a ser sua pátria onde estava sua esposa, seus quatro filhos e as duas netas. Ao mesmo tempo ele sonhava e chorava pelas montanhas do Líbano. Ele dizia que maior do que a saudade é o medo. O medo de subir no alto das montanhas de Chuf e ver a desolação. Medo de não mais reencontrar o irmão. A última notícia que tinha recebido do irmão foi em janeiro de 1983, através de um parente que morava nos Estados Unidos e fora ao Líbano. E nada mais. Escrevia, escrevia e não obteve resposta.
*Francisca Fonseca é advogada, professora de história e moradora de Bom Despacho MG. Texto originalmente escrito em 1983

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Conheça Cambuquira: a cidade das águas terapêuticas

(Por Arnaldo Silva) A cidade de Cambuquira, no Sul de Minas, surgiu em meados do século XX, a partir de descoberta de sete fontes de água mineral com propriedades terapêuticas na fazenda Boa Vista, à época, pertencendo ao município de Campanha.
Fotografia: Clésio Moreira
        A descoberta atraiu várias pessoas ao local em busca dos efeitos curativos das águas minerais. Devido ao constante fluxo de pessoas, a fazenda foi desapropriada para fins públicos, autorizado em 1861 pela Câmara Municipal de Campanha MG. A área pública impulsionou o crescimento da região, dando origens a um povoado em 1872, que se desenvolveu ao ponto de se transformar em distrito e por fim à cidade emancipada em 1911.
Cambuquira
Fotografia: Clésio Moreira
        A 950 metros de altitude, distante 305 km de Belo Horizonte, a cidade faz divisa com Três Corações, Campanha, Lambari, Conceição do Rio Verde e Jesuânia e conta atualmente com cerca de 13 mil habitantes. Cambuquira faz parte do Circuito das Águas de Minas Gerais.
Uma típica cidade mineira
Fotografias: Thelmo Lins
        Pitoresca, pacata, charmosa, acolhedora e aconchegante, Cambuquira é uma cidade tranquila, segura, de ar puro, natureza exuberante e ótima qualidade de vida, com comércio variado, setor de serviços muito bom e economia diversificada, com destaque para o turismo e agricultura.
Fotografias: Luminside/@visitecambuquira
        Cambuquira é um cantinho do paraíso no Sul de Minas, além de ser uma das mais promissoras estâncias hidrominerais do Brasil, devido à qualidade de sua água, considerada um das melhores do mundo e a melhor do Brasil, segundo especialistas.
Atrativos de Cambuquira
Fotografia: Edson Borges
        O casario colonial e eclético, além da calmaria e charme das ruas e praças arborizadas e bem cuidadas da cidade, a cidade tem como atrativos urbanos a Praça Coronel Justiniano, a Matriz de Santa Cruz, belas praças, a cervejaria Brassaria, a Cachaça Paraíso, o Mercado Municipal, o Parque Marimbeiro e belíssimos casarões.
 Lavandário - Fotografia: Luminside/@visitecambuquira
       Destaque ainda na cidade o apiário Abelha Rainha, a ponte velha, passeios a cavalo e em especial o lavandário Lavandas Cambuquira.
        Além disso, tem as fazendas de plantações de cafés especiais premiados de Minas Gerais. e fazendas com cenários rústicos e atraentes que hoje são hotéis e pousadas, com destaque para a Fazenda dos Anjos, que além das opções de lazer e hospedagem, oferece uma experiência gastronômica incrível aos visitantes.
        Localizado na Rodovia 167, no Km 2,5 em Cambuquira MG, o restaurante da Fazenda dos Anjos é uma lugar se encontra o melhor da cozinha mineira no fogão a lenha, em um cenário de fazenda, rodeado por natureza e ar puro. 
        O restaurante da amplo, acolhedor e perfeito para quem busca tranquilidade e boa comida, reunindo amigos e a família. É um lugar onde se pode saborear Minas em um lugar onde a simplicidade encanta! Fica aberto todos os dias para os hóspedes e aos fins de semana para o público em geral.
        O contato pode ser feito pelo WhatsApp : (35) 99977-2852, pelo Instagram: @fazendadosanjos e também pelo Facebook: Fazenda dos Anjos.
O Parque das Águas
Fotografia: Luminside/@visitecambuquira
        Sem dúvida alguma, o Parque das Águas, com suas seis fontes de água terapêutica, como a gasosa, a magnesiana e a sulfurosa, além de belíssimos e bem cuidados jardins, é o maior atrativo da cidade. No entorno do parque, que fica próximo ao centro da cidade, uma grande área verde de Mata Atlântica emoldura a beleza do parque.
Serra do Piripau.
Fotografia: Luminside/@visitecambuquira
        Além de sua beleza natural, a Serra do Piripau, é um dos melhores lugares de Minas Gerais para a prática do voo livre. Tanto é que em Cambuquira é realizada uma das Etapas do Campeonato Brasileiro de Paraglider.
Ecoturismo e trilhas
Fotografia: Luminside/@visitecambuquira
        A Cascata do Congonhal, a Cachoeira Serra Azul, o Mirante Vale do Sol e a Reserva Biológica de Santa Clara, são lugares perfeitos para os amantes de trilhas e ecoturismo, além da beleza deslumbrante da vista do Mirante Vale do Sol.
Rotas Turísticas
Pedra Preta - Fotografia: Luminside/@visitecambuquira
        Cambuquira oferece aos seus visitantes as rotas turísticas das Águas, do Piripau e da Pedra Preta, que permitem maior sintonia e contato do visitante com a natureza.
Ótima estrutura hoteleira
        Cambuquira conta com excelentes hotéis e pousadas, desde os mais simples aos mais sofisticados, mas com um detalhe em comum: são acolhedores, charmosos, tranquilos e com ótimo atendimento.
        Entre os hotéis da cidade, destacamos o Hotel Cambuquira localizado à Av.Virgílio de Melo Franco, 608, o hotel está há mais de 115 anos em atividade, sendo inclusive parte da história da cidade. O hotel preserva a fachada das construções típicas do início do século XX, como podem ver na foto acima cedida pelo próprio hotel.
        O hotel é simples com decoração de muito bom gosto e aconchegante, com café da manhã de primeira e com a vantagem de estar próximo ao Parque das Águas, sem contar a gentileza e educação dos funcionários do hotel, sempre receptivos, gentis e prestativos. 
        Para maiores informações entre em contato pelo instagram @hotelcambuquira ou pelo telefone/WhatsApp 35 3251-1449 que iremos ter um enorme prazer em realizar sua reserva.
Conheça Cambuquira!
Theatro Thalia - Fotografia de Thelmo Lins
        Visite Cambuquira. Venha desfrutar de momentos únicos em uma das melhores cidades de Minas Gerais para se viver.

sábado, 8 de novembro de 2025

Minas é eleita um dos melhores destinos de viagens do planeta

(Por Arnaldo Silva) A revista estadunidense Condé Nast Traveler é uma e mídia especializada em viagens de luxo e estilo de vida, publicada pela Condé Nast . A revista, considerada um dos mais importantes guias de viagens de luxo e estilo de vida do mundo, já ganhou 25 prêmios de revistas como por exemplo, o Readers' Choice Awards (Escolha dos Leitores), Gold List (hotéis de luxo) e a Hot List (novos hotéis notáveis).
Fotografia de Wilson Paulo Braz em Congonhas MG
        Todos os anos, a conceituada revista divulga seu catálogo indicando os melhores destinos de viagens e turismo do planeta. Para 2026, a revista apontou 26 lugares, sejam países, cidades ou estados, de todos os continentes.
        Do Brasil, apenas Minas Gerais figura no catálogo entre os melhores destinos de viagens do mundo. Diferente da maioria dos 26 lugares que figuram no catálogo da revista, todo o Estado de Minas Gerais e não uma cidade mineira entrou para a seleta lista entre os melhores destinos turísticos de todo o planeta.
Praça da Estação de Belo Horizonte. Fotografia de Nacip Gomêz
        Ao justificar a escolha de Minas Gerais em sua publicação, a revista Condé Nast Traveler, afirma ser devido “suas profundas tradições culinárias, ecos da arquitetura colonial e a famosa e calorosa hospitalidade", salientando ainda que: "Minas Gerais, um dos maiores estados do Brasil, está entre seus tesouros mais subestimados — pelo menos para o público internacional".
Estância Hidromineral de São Lourenço MG. Fotografia de Dener Ribeiro
        Segundo dados oficiais e reportagens da grande imprensa, Minas Gerais possui mais de 60% do patrimônio cultural material do país, sendo o estado brasileiro que mais preserva sua história e identidade cultural.
        Dos 853 municípios mineiros, 840 (98% do total), adotam legislações para a preservação de seus patrimônios culturais e imateriais, o que coloca o estado na liderança nacional em políticas de proteção ao patrimônio histórico e cultural. 
Cozinha mineira. Foto: Carlos Oliveira/Projeto Igarapé Bem Temperado
        Nesse conceito, se destacam as cidades históricas, estâncias hidrominerais, as belezas naturais do estado, a arquitetura colonial, eclética e moderna, além da boa estrutura gastronômica e de hospedagem das cidades e a famosa hospitalidade mineira.
Veja a lista dos 26 destinos e escolhidos:
01 - Arusha (Tanzânia)
02 - Costa Leste (Barbados)
03 - Bruxelas (Bélgica)
04 - Chiriqui Província (Panamá)
05 - Deer Valley, Utah, EUA
06 - Fès (Marrocos)
07 - Gabão (África)
08 - Upper Carniola (Gorenjska, na Eslovênia)
09 - Guadalajara (México)
10 - Hong Kong (Ásia)
11 - Margareth River (Austrália)
12 - Medellín (Colômbia)
13 - Minas Gerais (Brasil)
14 - Naoshima (Japão)
15 - Patagônia Chilena
16 - Norte da Namíbia (África)
17 - Oulu (Finlândia)
18 - The Peloponnese (Grécia)
19 - Potosí (Bolívia)
20 - Condado de Prince Edward (Canadá)
21 - Rota 66 (EUA)
21 - Ilha de Saadiyat (Abu Dhabi)
23 - Saint-Gervais-des-Bains (França)
24 - Udaipur (Índia)
25 - Uluru (Austrália)
26 - Cataratas de Vitória (Zimbabwe)

        A ordem da lista é da própria revista. Grifo nosso.
Fonte: Revista Condé Nast Traveler

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Família queijeira mineira conquista pela 4ª vez premiação mundial

A Queijaria Fazenda Bela Vista de Alagoa MG, no Sul de Minas (Produtores Renato, Thaylane, Maria e Cláudio) participou nesse último final de semana pela quarta vez do Mundial de Queijos na França e traz mais dois prêmios para ALAGOA MG com seus queijos.
        A Família produz queijos há 40 anos. O segredo para esse feito segundo a família é fazer tudo com amor e simplicidade e com as próprias mãos, pois a fazenda não conta com empregados, são eles mesmo que fazem todo o processo, desde manejo do rebanho até a comercialização dos queijos. Eles acreditam também que o cuidado com o rebanho influencia muito no resultado final do queijo. Todo o rebanho da Fazenda Bela Vista é criado livre. Utilizamos o leite fresco das nossas vacas, de animais bem cuidados e alimentados de forma natural.
        Além da Fazenda Bela Vista, mais dois produtores de Alagoa foram premiados no Mundial (Fazenda Santo Antônio e Sítio da Onça).
        Alagoa levou 6 medalhas nesse Mundial e nesse concurso a disputa contou com 26 países e foram 1.960 queijos concorrendo. O Brasil ficou com 58 medalhas no total, sendo 31 vieram para o Estado de Minas Gerais.
Texto e fotografias fornecidos pela Fazenda Bela Vista. Contato Instagram @fazendabelavistaalagoamg - WhatsApp 35 9876-5314

sábado, 6 de setembro de 2025

Rosca Nuvem de leite Ninho

PASSO 1: PREPARANDO A ESPONJA
Ingredientes
. 200ml de água morna
. 10g de fermento biológico seco
. 1 xícara (chá) de farinha de trigo
Preparo da esponja
- Misture tudo,  tampe com pano ou plástico filme e deixe descansando 20 minutos.
PASSO 2: COM A ESPONSA JÁ ATIVADA, COLOQUE:
+-650g aproximadamente de farinha de trigo
. 240ml de leite
. 2 ovos
. 3 colheres de sopa de manteiga
. 4 colheres de sopa de leite ninho
. 1 colher de café de sal
. 6 colheres de sopa de açúcar
. 240ml de leite
Preparo
- Coloque a farinha aos poucos e vá sovando até a massa desgrudar das mãos.
- Tampe com pano e deixe descansando 1 hora até dobrar de tamanho.
- Depois unte as formas com manteiga e modele as roscas, deixe descansando mais 20 minutos.
- Leve ao forno pré-aquecido a 200° e deixe assando até dourar
- Retire do forno, pincele um pouco de gema de ovo batida ou leite condensado e pulverize leite ninho por cima.
Receita e fotografias fornecidas pela Luciana Albano de Ibiá MG

sábado, 30 de agosto de 2025

10 distritos mineiros que vão fazer você se apaixonar – Parte X

(Por Arnaldo Silva) Esta é a décima parte da série produzida pela Conheça Minas de 10 reportagens com vilas coloniais e distritos de Minas Gerais. No Estado, segundo dados da Fundação João Pinheiro, são atualmente 1.842 distritos e 853 municípios, além de mais centenas de vilas e pequenos povoados.
        Além de distritos, Minas Gerais possui centenas de fazendas com casarão sede, casario dos funcionários, capela, vendinha que lembram as pequenas aldeias europeias, como por exemplo, a Fazenda Serra Bonita, na foto acima e abaixo que o Fernando Campanella registrou.
        Sediada em Delfim Moreira, no Sul de Minas, cidade serrana da Serra da Mantiqueira com origens no século XVIII, a Fazenda Serra Bonita se destaca pela beleza das construções da vila em estilo rústico e romântico, que conta com capela, venda antiga e o Hotel Serra Bonita que conta com restaurante, piscina, charmosos chalés que recebem hóspedes, além de contar com espaço para eventos, como casamentos. 
        A fazenda conta ainda com um haras, queijaria com produção de queijos premiados como o tipo parmesão, feito com leite A2A2. Como são quase dois mil distritos e não dá para colocar todos, por isso selecionamos alguns apenas, em 10 séries com 10 distritos em cada reportagem. Conheça agora, na décima parte, mais 10 acolhedores, pacatos, charmosos e apaixonantes distritos mineiros.
01 - Três Barras da Estrada Real
Fotografia: Rodrigo Firimo/@praondevou
        Conhecido apenas como Três Barras, seu nome completo é Três Barras da Estrada Real, para se diferenciar de outras localidades homônimas, já que a vila está inserida na Estrada Real. É distrito da cidade histórica do Serro MG, no Alto Jequitinhonha. O nome “Três Barras” deriva do encontro dos rios Preto, Três Barras e Cubas. O encontro desses rios formam “barras”, daí o nome. Está apenas 14 km do Serro. Seus moradores vivem do artesanato, do turismo, de pequenos comércios e agricultura familiar. Na pequena vila colonial serrana, vivem 431 pessoas, em 131 residências, segundo Censo do IBGE.
        É um lugar pitoresco, com uma culinária típica riquíssima e saborosa, ruas bucólicas, casario colonial com cores alegres e simples, rodeado por serras e paredões rochosos e belas cachoeiras.
        Vida simples, povo acolhedor que tem na singela capela colonial, dedicada à São Geraldo, seu elo de fé e atividades sociais como festas religiosas, além ser a identidade cultural e religiosa de Três Barras da Estrada Real. Foi no entorno da capela, construída em estilo barroco, no século passado, na fazenda da Família Silva, que o povoado surgiu. Três Barras da Estrada Real é um dos lugares mais visitados pelos turistas que visitam o Serro MG.
02 - Tocoiós de Minas
Fotos: IEPHA - MG/Divulgação
        É distrito de Francisco Badaró, cidade localizada no Vale do Jequitinhonha. Tocoiós de Minas, conta com cerca de 1000 moradores. A povoação do distrito tem origem quilombola e se destaca pelo charme e simplicidade de seu povo, de seu casario, pela pequena igreja do povoado construída na década de 1940 e principalmente, pela beleza da arte dos saberes ancestrais das tecelãs do vilarejo.
        São mulheres entre 35 e 70 anos, avós, mães, trabalhadores rurais, professoras, estudantes aposentadas, etc, que tem na arte da tecelagem uma alternativa de renda e também, como terapia e fortalecimento dos laços de amizades. Elas trabalham juntas, na sede da Associação das Tecelãs do distrito, criada em 1985. No dia a dia do trabalho, cantam, brincam e se divertem, enquanto tecem e preservam a arte da tecelagem, tradição passada por seus antepassados.
Fotos: Ernani Calazans
        A tradição do artesanato em algodão das tecelãs é o símbolo da resistência e história da própria comunidade. A união das tecelãs em torno de sua associação, é uma forma de preservar os saberes de seus ancestrais e de ampliar os potenciais da comunidade na arte da tecelagem. São peças variadas como colchas, redes, caminhos de mesa, almofadas, tapetes, feitos com o algodão cultivado, fiado e tingido de forma natural com plantas e raízes do cerrado, pelas próprias tecelãs e no sistema tradicional.
        É uma tradição secular preservada até os dias de hoje pelas tecelãs de Tocoiós de Minas, mesmo com a redução do plantio de algodão na região e a tecnologia atual na produção de tecidos. O processo da produção do tecido tradicional pode ser acompanhado de perto por visitantes. Isso porque a comunidade abre suas portas que todos que desejam conhecer e adquirir os produtos artesanais do distrito.
03 - Mercadinho
Fotografia de Sérgio Mourão/@encantosdeminas
        Distrito de Carbonita, no Vale do Jequitinhonha, Mercadinho é uma típica vila mineira do século XIX, com casario típico colonial das vilas do interior. Na tranquila, pacata e charmosa vila, vivem hoje cerca de 300 pessoas.
        O povoamento do vilarejo surgiu em torno de um pequeno mercado. Por ser uma vila bem pequena que se formou em seu entorno, o lugar passou a se chamar Mercadinho.
        Seus moradores vivem da agricultura familiar e pecuária, além de artesanato. Gente simples, que tem como característica a hospitalidade e fortes laços comunitários entre si, com atividades comunitárias que envolvem toda a comunidade, como festas religiosas, folclóricas e sociais que acontecem na quadra poliesportiva, na Escola Municipal Santo Antônio, de Ensino Fundamental, e principalmente, no entorno da Igreja de Santo Antônio, base da vida social do distrito, eventos e atividades que atraem visitantes de toda a região.
Igreja de Santo Antônio em Mercadinho. Registro: Sérgio Mourão/@encantosdeminas
        Seus moradores valorizam sua religiosidade, suas tradições e cultura como por exemplo a Casa Caju, um projeto criado por um grupo de Belo Horizonte com o objetivo de resgatar a cultura local desenvolvendo atividades de bordado e crochê, brincadeiras infantis antigas, música, teatro, Lambe-lambe nas ruas, conto de “causos” antigos, oficinas de desenhos e pinturas, dentre outras atividades.
Mercadinho visto da estrada. Registro da Daniela Ventura
            Não apenas isso, seus moradores têm o privilégio de poder fazer atividades esportivas e culturais ao ar livre em qualquer hora do dia e da noite, como brincadeiras infantis, prosa no banco da pracinha ou no mercado da vila, além do contato com a natureza em especial, desfrutar das águas da Cachoeira da Soledade.
        Além disso, eventos tradicionais fazem parte do dia a dia de seus moradores como o Trilhão, feito em motos, a Cavalgada, o Circuito Cultural, atividades esportivas e a tradicional Festa de Santo Antônio, em junho, com missa, quadrilhas com casamento na roça, barracas com artesanato e comidas típicas, leilões, peças teatrais, rodas de viola, apresentação da Roda de Trespassar e a sempre aguardada Ciranda de Mercadinho. A festa é um dos mais aguardados eventos da região.
03 - 
04 - Epaminondas Otoni
 Fotografia: Sérgio Mourão/@encantosdeminas
       Distrito de Carlos Chagas, no Vale do Mucuri, Epaminondas Otoni surgiu em 1854, com a criação da Colônia Militar de Urucu, às margens do Ribeirão do Ucuru. Por esse motivo, o lugar era chamado de Colônia.
        O nome atual do distrito é em homenagem a Epaminondas Esteves Otoni, engenheiro de construção da Estrada de Ferro Bahia e Minas. Nasceu em 19/09/1862 e faleceu em 1918. Natural de Filadélfia, atual Teófilo Otoni, era filho, sobrinho, cunhado e genro de senhores de escravos. Seu pai, Manuel Esteves Otoni, casado com Anna Araújo Maia, era um conceituado médico na região.
        As Colônias militares eram assentamentos estratégicos estabelecidos pelo governo imperial, especialmente durante governo de Dom Pedro II, com o objetivo de ocupar e defender áreas de fronteira, controlar populações consideradas problemáticas e promover a integração nacional. Nessa época, a região do Vale do Mucuri e Vale do Rio Doce eram habitadas por indígenas Botocudos, dai a criação da Colônia Militar, visando a colonização branca da região e proteção da Estrada de Rodagem Santa Clara.
        O governo incentivou o povoamento dessas regiões, além de construir a Estrada de Ferro Bahia e Minas (EFBM), no final do século XIX. Com isso, a função e manutenção da Colônia Militar na região perdeu sentido, bem como a proteção da estrada, Santa Clara.
        A ferrovia ligou vilarejos e cidades facilitando o povoamento e a exploração da madeira, abundante na região até o século passado, além da atividade agropecuária, o que proporcionou ao longo do século XX, desenvolvimento e crescimento da região.
Fotografia: Sérgio Mourão/@encantosdeminas
        Epaminondas Otoni foi uma das povoações que mais desenvolveu à época. Com o fim da ferrovia, a economia da vila se diversificou em pequenos comércios, exploração de madeira, agricultura familiar e pecuária de corte e leite.
        Mesmo assim, Epaminondas Otoni preserva suas características originais, sua história, casario e antiga estação, suas belezas naturais, que atraem turistas, além da simpatia e hospitalidade de seus moradores, que recebem muito bem os visitantes.
05 – São João do Jacutinga
Fotografia: Jane Bicalho
        É distrito de Caratinga, no Vale do Rio Doce. Elevado a distrito em 1953, está a 30 km do centro urbano da sede. São João do Jacutinga se destaca na produção de biscoitos de polvilho e na famosa e tradicional Festa do Biscoito, uma das mais tradicionais festas gastronômicas da região e da Festa de São João, em junho. Na vila, vivem cerca de 1250 pessoas.
        O nome do distrito é em referência ao padroeiro, São João. Jacutinga é devido à quantidade de aves da espécie jacutinga, que habita a localidade, sendo Jacutinga, ter sido inclusive, seu primeiro nome, mais tarde mudado para o nome atual, São João de Jacutinga.
06 – Capivari
        Distrito do Serro, no Alto Jequitinhonha, em Capivari (acima, em foto do Barbosa)  vivem 150 famílias, formando uma população de cerca de 500 pessoas. Embora bem pequeno, o vilarejo é um dos mais visitados da região por ser uma das portas de entrada para o Parque Estadual do Pico do Itambé, rico em belezas silvestres e naturais como cachoeiras e nascentes que formam as cabeceiras das bacias dos rios Jequitinhonha e Doce, além de sediar o Pico do Itambé, a 2002 metros de altitude, com vista para todo o Alto Jequitinhonha.
Fotografia: Elvira Nascimento
        É em Capivari que está ainda a Cachoeira do Tempo Perdido (acima), um das mais belas cachoeiras de Minas Gerais, além da Serra da Bicha, do Caminho dos Tropeiros e das cachoeiras do Amaral, do Rio Vermelho, do Neném, da Fumaça, da Água Santa, e a dos Coqueiros.
        Além dos atrativos naturais, seu casario colonial simples é um dos destaques, bem como a hospitalidade de seu povo, seu rico artesanato, os arranjos florais com sempre-vivas e pequenos comércios, além de locais para hospedagens e restaurantes com comida caseira. Para aproveitar melhor o passeio por Capivari, é sugerido ao visitante contatar um guia local.
07 – Monjolinho de Minas
Fotografia: Deocleciano Mundim
        É distrito de Lagoa Formosa, no Alto Paranaíba. Monjolinho de Minas conta com cerca de 1100 moradores. O povoado que deu origem ao distrito, surgiu em meados do século XX nas proximidades de um pequeno monjolo hidráulico, dai o nome do vilarejo que se formou.
        Um monjolo, também chamado de pilão, é uma máquina hidráulica bastante rústica em madeira bruta, usado para usar a força da água para descascar grãos como milho e arroz e triturar mandioca. É a força da água que movimenta o mojolo. Por isso a comunidade se formou em torno de um monjolinho e passou a ser chamada assim, de Monjolinho. Como já existiam outras comunidades com o nome de Monjolinho, foi acrescentado “de Minas” para diferenciar.
        À época as famílias que moravam no local passaram por muitas dificuldades devido a falta de infraestrutura agrícola, já que a maioria vivia da agricultura e necessitava de condições para produzir e descascar os grãos produzidos. À época um monjolo era necessário para garantir o beneficiamento de cereais e o sustento das famílias. O pequeno monjolo hidráulico foi fundamental para a sobrevivência das famílias e formação do vilarejo.
        Hoje, a vila está bem estruturada, conta com um belo e charmoso casario, pequeno comércio, escola pública, propriedades com boa infraestrutura, além do lugar ser pacato, pitoresco e seu povo simples, gentil e por característica, muito hospitaleiro.
        Destaque em Monjolinho de Minas é a bela igreja de São Sebastião e os tradicionais festejos em honra ao padroeiro do lugar, com levantamento de mastro, missa, procissão, novenas, barracas com comidas típicas, apresentações dançantes, cavalgada, e muita alegria. A Festa de São Sebastião de Monjolinho de Minas acontece em janeiro e mobiliza toda a comunidade, além de atrair visitantes de toda a região.
        Além disso, a rica culinária local é representada por sua mais popular e importante iguaria, que é o pudim. Desde o ano de 2005, acontece no distrito a popular Festa do Pudim, organizado pela Escola Municipal Quinzinho de Souto e Lima e comunidade. A festa é realizada no meio do ano (julho ou agosto), sem uma data específica. A Festa do Pudim, conta com a iguaria em diversos sabores e estilos feitos pelas doceiras da comunidade, além de outras delicias típicas da culinária mineira. Para saber o dia exato da festa, entre em contato com a prefeitura local ou com a Escola Municipal Quinzinho de Souto e Lima. Os contatos podem ser encontrados nos sites de buscas na rede. 
08 - Argenita
Fotografias enviadas pela Neide Silva
        Distrito de Ibiá, no Alto Paranaíba, Argenita é uma pacata e tradicional vila mineira, onde vivem cerca de 850 pessoas. A vila é bem estruturada, pavimentada, com casario em estilo colonial, praça e conta com salão comunitário, escola, pequeno comércio, bares, salão de eventos, escola e atendimento à saúde.
        A vida social do vilarejo gira em torno da praça da Igreja de São João Batista. Datada de 1914, a pequena igreja é um dos patrimônios de Ibiá e o elo da fé dos habitantes de Argenita. A festa do padroeiro, São João Batista, em junho, é uma das mais tradicionais da região.
        Além disso, a Folia de Reis, entre dezembro e janeiro é uma festa que mobiliza toda a comunidade, bem como atrai visitantes da região.
        Seus moradores se caracterizam pela simpatia, simplicidade e hospitalidade. Vivem da agricultura familiar, pecuária leiteira, que é um dos pilares da economia da cidade de Ibiá, produção de queijos, doces e quitandas.
        Além disso, Argenita, bem como Ibiá, está inserida no Circuito da Canastra. São trilhas, cachoeiras, como a Cachoeira de Argenita. Além de sua beleza, a cachoeira faz parte da história do distrito e de Ibiá, por isso mesmo é um Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental do município.
09 - Morrinhos/Miralta
Fotografia: @dronemoc
        É distrito de Montes Claros no Norte de Minas. É uma das mais antigas e tradicionais vilas do Norte Mineiro, com origens no final do século XVIII. Com o crescimento do povoado, se tornou distrito em 1891. Em 1943, o nome do distrito foi alterado de Morrinhos para Miralta.
        Atualmente vivem na vila cerca de 700 pessoas em 252 moradias. Lugar calmo, tranquilo, pacato, bem estruturado, que oferece uma boa qualidade de vida a seus moradores, que tem na atividade agropecuária, sua principal atividade econômica.
Fotografia: @dronemoc
        A Vida social e festiva dos moradores de Miralta gira em torno de sua fé e tradição, em torno da Igreja de São Norberto, padroeiro da vila, além das festividades folclóricas como o Catopé e a Festa de Nossa Senhora do Rosário. As festividades em honra ao padroeiro no distrito, ocorre entre maio e junho com novena, missa, procissão, barracas com comidas típicas, apresentações artísticas e muita alegria e fé, que atrai visitantes da região.      
10 - Lagoa Bonita
Fotos: Elpídio Justino de Andrade
        É distrito de Cordisburgo MG, Região Central. Lagoa Bonita tem origens na Fazenda Melo, localizada na Freguesia de Santo Antônio, no final do século XIX. A vila era subordinada à Paraopeba até 17 de dezembro de 1938, quando passou a ser distrito subordinado a Cordisburgo, cidade emancipada neste mesmo dia e ano. Em Lagoa Bonita vivem pouco cerca de 2,500 pessoas.
        O crescimento do povoado se deu em torno da Igreja de Santo Antônio da Lagoa, construída em 1882. Sua arquitetura segue as tradicionais características das igrejas mineiras do século XVIII e XIX, com fachadas simples e interior com ornamentações e pinturas bem requintadas e trabalhadas artisticamente.
        A obra só foi possível graças ao esforço da população e a boa vontade do Coronel Modestino, surgindo assim a primeira igreja construída em Cordisburgo, se tornando, desde sua origem, um dos mais importantes templos da região. O primeiro vigário da paróquia foi o padre Tertuliano José da Siqueira que viveu na vila por 18 anos. O corpo do padre foi sepultado no altar-mor da igreja, datado de 23 de março de 1900.
        Os moradores da vila vivem do artesanato, pequenos comércios e da agricultura. O casario colonial, a simplicidade da vila e de seus moradores, além de sua boa estrutura para receber visitante. Lagoa Bonita é rodeada por belezas naturais, além sua riqueza histórica, o que faz de Lagoa Bonita um lugar imperdível. Tem que visitar e conhecer.

sábado, 2 de agosto de 2025

Morango do amor: amor em altitude e patrimônio de cidade mineira

(Por Arnaldo Silva) Senador Amaral, cidade mineira localizada a 441 km de Belo Horizonte e a 66 km de Pouso Alegre, no Sul de Minas faz limites territoriais com os municípios de Camanducaia, Munhoz, Cambuí, Bom Repouso e Bueno Brandão. 
        A cidade com 6.206 habitantes, segundo Censo do IBGE (2022) está a 1446 metros acima do nível do mar, sendo a de maior altitude de Minas Gerais e a segunda mais alta do Brasil, atrás apenas de Campos do Jordão.
        Além da altitude, Senador Amaral se destaca por seu inverno rigoroso, clima serrano, belezas naturais, na produção de flores, na cultura da batata, brócolis e principalmente, cultivo do morango. Senador Amaral MG é uma das maiores produtoras de morangos do Brasil.
"Morango do amor": símbolo da cidade
        São cerca de 21 milhões de pés de morangos, cultivados em 420 hectares de terras do município, produzindo anualmente cerca de 32 milhões de toneladas da fruta, que abastece mercados e indústrias de todo o país.
        O fruto, que move a economia local é símbolo da gastronomia da cidade, tendo como base, pratos a base do fruto, principalmente o doce feito com morangos frescos espetados em palitos e banhado em açúcar caramelizado brilhante, semelhante a “maçã do amor” que todos conhecemos. Tem ainda o doce mais incrementado, com o morango banhado em brigadeiro, para em seguida ser banhado em açúcar caramelizado brilhante.  
        Antes de se tornar viral nas redes sociais e atrair paladares de todo o país, principalmente de casais românticos, o nome era doce de morango caramelizado. Após o sucesso, a iguaria passou a ser chamada popularmente de Morango do Amor.
Doce tradicional que viralizou
        O sucesso do doce se expandiu para todo o país após a iguaria ter vencido o concurso gastronômico do Festival Sabores de inverno de 2025, ocorrido em junho, virando febre nacional, após vídeos da guloseima se popularizar nas redes sociais. O doce que hoje representa o amor, é símbolo gastronômico da cidade de Senador Amaral MG.
        Para valorizar e preservar a origem, tradição, identidade gastronômica e afetiva da guloseima com a cidade, o “morango do amor” foi inventariado, reconhecido e oficializado como Patrimônio Cultural Imaterial de Senador Amaral.
        O “morango do amor” original e tradicional de verdade se encontra em Senador Amaral, cidade de origem do doce, além de outras guloseimas feitas a base da fruta.
Reconhecimento oficial
        No dia 1° de agosto de 2025, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, voltou e aprovou o projeto do deputado Estadual Ulisses Gomes/PT-MG, reconhecendo o “morango do amor”, patrimônio cultural imaterial da cidade de Senador Amaral, como bem relevante de interesse econômico e cultural do Estado de Minas Gerais.
        O reconhecimento oficial é uma conquista da cidade, que tem na fruta e do doce caramelizado “morango do amor”, como seu principal símbolo, desde o século passado, quando a fruta começou a ser cultivada no município.
Fotos e informações: Evanil Emiller - secretario Municipal de Cultura e Turismo de Senador Amaral

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